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Estudo da Fiesc em colaboração com a UFSC mostra potencial de novas indústrias em 20 microrregiões de SC

Quais setores ou produtos industriais podem utilizar habilidades regionais de Santa Catarina para diversificar mais a indústria, inovar e gerar ainda mais desenvolvimento? A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) lança nesta quinta-feira, no Fórum Radar Reinvenção, sobre Neoindustrialização, estudo realizado em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com foco em diversificação industrial.  

Denominado Estratégia de Diversificação Inteligente para as Microrregiões de Santa Catarina, o trabalho mostra setores ou segmentos com potencial para novas indústrias em 20 microrregiões de SC. As com polos industriais maiores, como Joinville e Blumenau, e a capital, Florianópolis, tiveram cerca de 50 oportunidades apontadas.

A lista das 20 microrregiões é integrada por Araranguá, Blumenau, Campos de Lages, Canoinhas, Chapecó, Concórdia, Criciúma, Curitibanos, Florianópolis, Itajaí, Ituporanga, Joaçaba, Joinville, Rio do Sul, São Bento do Sul, São Miguel do Oeste, Tabuleiro, Tijucas, Tubarão e Xanxerê.

A força e a competência da indústria catarinense são destacadas pelo presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar. Segundo ele, o Estado tem a indústria mais diversificada do país e de cada 10 novos empregos criados pelo setor, mais 16 vagas indiretas são geradas na economia catarinense. Mas a indústria mundial está mais sofisticada. Para atender isso e buscar um maior equilíbrio regional, foi elaborado esse trabalho. 

– O estudo parte do princípio de que a indústria é o motor do desenvolvimento. Países e regiões mais industrializados são mais desenvolvidos e esta proposta indica caminhos para que as lideranças estaduais e regionais criem estratégias de desenvolvimento atraindo novos segmentos industriais que sejam complementares e coerentes com a estrutura econômica já existente – afirma o presidente da Fiesc.

Na opinião de Aguiar, essa proposta com análises regionais é uma referência sólida para a elaboração de uma política industrial catarinense, com foco na neoindustrialização que está sendo adotada no mundo desenvolvido.  

Conforme Aguiar, essa iniciativa visa aumentar o protagonismo da indústria no país, mas dentro do paradigma da neoindustrialização, que inclui tecnologias de ponta, mas também sustentabilidade e novo modelo de integração de cadeias globais, com fornecedores mais próximos.  

Mapa Industria Diversificacao
No mapa, regiões em azul tem potencial para sediar indústrias mais complexas (Foto: Repreodução do estudo)

Economista-chefe da Fiesc, Pablo Bittencourt explica que esse trabalho foi realizado com base na perspectiva de uma política industrial denominada Autodescoberta, fundamentada por trabalho de dois professores da Universidade de Harvard.

Segundo ele, a ideia é identificar quais são os setores produtivos e os produtos que têm elevada probabilidade de dar certo nas regiões, ao mesmo tempo em que diversificam e sofisticam a indústria local.

Para a região de Florianópolis, por exemplo, o estudo apurou que existe potencial para indústrias voltadas ao setor de tecnologia, como componentes eletrônicos, eletrodomésticos, aparelhos para instalações térmicas e até veículos. Serviços de finanças e seguro saúde, entre outros.

Na região de Joinville, as oportunidades incluem setores como veículos, aeronaves, tecidos especiais, tecidos especiais e outros. Em serviço, inclui consultoria em tecnologia da informação e pesquisas de mercado.

– Relatedness (Relação ou Relacionamento): A relatedness se refere à interconexão entre diferentes setores em uma região. Setores relacionados têm características comuns, como a utilização de habilidades ou tecnologias semelhantes. A identificação de setores relacionados é crucial para compreender as possíveis direções de diversificação. A diversificação bem-sucedida muitas vezes se baseia na expansão para setores relacionados, aproveitando as competências existentes – explicaram os autores do trabalho.

Na Fiesc, a equipe responsável pelo paper para publicação foram Pablo Bittencourt e a economista da federação, Jeniffer Gonçalves. Na UFSC, o estudo foi coordenado pela pesquisadora Dominik Hartmann, com participação de Marcelo Arend, Eva Yamila, Amanda da Silva Catela e Bem Hur Francisco Cardoso.

Veja o que o estudo apontou de potencial para cada região.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti