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Santa Catarina segue com criação de empregos formais em alta, impulsionada pela economia em crescimento e ampliação da vacinação contra a Covid-19. Apesar da condição melhor do que a média nacional, o mercado de trabalho do Estado também sofre os impactos da pandemia com desemprego e informalidade, mostram estatísticas oficiais.

No mês de junho, o Estado teve saldo positivo de 14.966 vagas e no acumulado do primeiro semestre do ano somou 126,1 mil, o terceiro melhor resultado do Brasil, atrás apenas de São Paulo com 491 mil novos postos de trabalho e Minas Gerais, 185,6 mil. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério da Economia.

Embora esses dados positivos melhorem o mercado formal de trabalho, a taxa de desemprego do país, apurada por outra pesquisa, a Pnad Contínua, do IBGE, mostra estabilidade ou leve queda. Estava em 14,7% e passou para 14,6% segundo a última edição da Pnad nacional. Esse resultado levou o ministro da economia, Paulo Guedes, a afirmar que o IBGE “está na pedra lascada” na metodologia adotada. Mas o ministro está equivocado na crítica e o instituto está certo, porque segue padrão internacional de pesquisa que capta informações de todo o mercado de trabalho e não só de vagas com carteira assinada.

A realidade é que o país tem cerca de 40% dos trabalhadores na informalidade, os invisíveis que solicitaram auxílio emergencial em 2020, além de um contingente de desalentados. Parte dos informais perdeu a atividade na pandemia e o número de desalentados subiu. Com a retomada do crescimento, muitas dessas pessoas saem a procura de emprego, por isso o desemprego segue alto, atingindo 14,8 milhões no país

Mesmo com uma condição melhor, Santa Catarina também mostrou movimento semelhante no mercado de trabalho no primeiro trimestre do ano, período da última Pnad Contínua Trimestral do IBGE no Estado. A taxa de desemprego em março ficou em 6,2% após ter fechado em 5,3% em dezembro do ano passado.

Isso mostra que a desocupação teve um leve crescimento apesar de o Estado ter criado cerca de 30 mil vagas formais por mês no primeiro trimestre. Mesmo com a menor taxa de desemprego do país, SC encerrou março com 228 mil desempregados, 33 mil a mais que no trimestre anterior, além de 101 subocupados, 40 mil desalentados e 950 mil na informalidade (27,7%).

Essa situação mais difícil apontada pela Pnad Contínua é amenizada com os resultados da economia formal apontada no Caged. Segundo esse levantamento, a retomada de investimentos, a indústria foi a que mais contatou em junho no Estado, com saldo positivo de 5.822 novas vagas. Em segundo lugar vieram os serviços, com 4.125, o comércio abriu 3.730 novos empregos, a construção civil criou 1.164 novos postos de trabalho e a agropecuária abriu 125.

Ainda de acordo com o Caged, no primeiro semestre, a indústria liderou a abertura de vagas no Estado com 55.962 novos postos de trabalho, seguida pelos serviços com 44.735 vagas, o comércio com 12.642, a construção civil abriu 12.015 e a agropecuária abriu 757.

A Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) observa que os setores que mais abriram vagas foram os de têxteis, confecções e alimentos. O presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, destacou que a indústria responde por 27% do PIB do Estado, por isso induz o crescimento econômico.

E o governador Carlos Moisés comemorou o resultado de junho do Caged numa rede social. Chamou a atenção para o fato de SC ter registrado novas vagas em 289 dos 295 municípios do Estado.

Para os próximos meses, a expectativa é de que o mercado de trabalho de Santa Catarina siga em alta, tendo entre os destaques o setor de serviços, que registra retomada gradual com a vacinação. Outro destaque seguirá com a indústria, que seguira crescendo porque retomou investimentos. A retomada econômica favorece mais o setor formal, mas o crescimento favorece todas atividades, aumentando o ritmo também dos negócios informais. O cenário para os próximos meses é de saldo positivo no emprego, apesar de obstáculos como crise da energia e a inflação alta.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti