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Objetivo é repensar processos em busca de estratégias para fazer mais e melhor gastando menos recursos públicos

Oferecer melhores serviços ao cidadão com menos recursos humanos e financeiros é o foco do modelo de governança por processos lançado pela Secretaria de Estado da Fazenda nesta terça-feira, 6, no teatro Pedro Ivo, durante a 1ª Jornada de Transformação de Processos.  O evento reuniu fazendários de diferentes diretorias e contou com a participação do secretário Antonio Gavazzoni e do adjunto Almir Gorges.

“Tenham certeza de que o futuro do serviço público é menos gente com mais produtividade”, disse Gavazzoni, descartando novos concursos em curto e médio prazo. Ele citou o déficit da previdência como um exemplo de que as despesas públicas já estão muito comprometidas com os servidores. O secretário também conclamou os servidores efetivos a exercerem sua autoridade e competência para garantir a eficiência de suas ações. “Temos que ser aliados da sociedade antes que ela se volte contra o serviço público”, disse Gavazzoni.

Para o secretário adjunto Almir Gorges, rever os processos de trabalho é o ponto de partida para oferecer melhores serviços ao cidadão. “A melhor maneira de sermos sóbrios e serenos nesse momento de crise é ser eficiente naquilo que fazemos”, disse Gorges.  Ele acredita que o momento de crise econômica é o mais oportuno para pensar o Estado do futuro, apoiado por tecnologias e servidores comprometidos com resultados.

Um Escritório de Gestão de Projetos e Processos foi criado pela Fazenda para dar apoio ao mapeamento e redesenho dos processos executados pela pasta.  “Temos que trabalhar em conjunto, não mais de maneira isolada. No modelo de governança de processos, não é uma diretoria que faz a diferença, mas o conjunto da organização”, destacou a contadora Alexandra Furtado Dias, coordenadora do Escritório.

Exemplo – os analistas do Tesouro Estadual Jeferson Bittencourt e Rafael de Oliveira apresentaram o resultado dos trabalhos de mapeamento de processos realizado pela Diretoria do Tesouro (DITE). Após redesenhar o processo de contratação e credenciamento dos serviços de arrecadação do Estado, que inclui 11 instituições financeiras, a DITE decidiu alterar a vigência dos contratos de 12 para 60 meses. Em cinco anos, a área estima que terá liberado 500 horas de trabalho de um analista; economizado 18 mil folhas de papel A4, dispensado 44 pareceres jurídicos e 88 publicações no DOE.

A Jornada teve ainda uma palestra do professor doutor Denilson Sell, que falou sobre Modelo de Gerenciamento de Processos de Negócios e Gestão de Conhecimento. Sell é professor de Administração Pública da Universidade do Estado de Santa Catarina e do programa de pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina. “Existe um descompasso entre a expectativa da sociedade aos serviços públicos e o ritmo de capacidade de entrega do governo”, disse Sell.

Para o professor, esse descompasso não pode ser resolvido com mais dinheiro. “Os recursos estão cada vez mais finitos, então precisamos fazer mais gastando menos. E isso só vai acontecer se repensarmos a forma como fazemos nossas atividades. Para isso, precisamos contar com a ajuda da tecnologia, da competência dos servidores e também da sociedade”, destacou o professor.

Governança por processos

O que é?

Modelo de governança baseado no mapeamento e redesenho de processos de trabalho de ponta a ponta, ou seja, do início até o fim, quando a ação se transforma em algum benefício para o cidadão catarinense. Nesse modelo, o foco é no trabalho em equipe, com cooperação entre as diferentes áreas.

Como será feito?

As áreas terão que mapear/desenhar/escrever o passo a passo de todos os seus processos, incluindo tempo e ferramentas/sistemas necessários para colocá-los em prática.

Ao final, a SEF terá um banco de processos e uma ideia bem mais clara do que é necessário para executá-los e quais os objetivos de cada uma das ações feitas no dia a dia por cada um dos seus servidores.

Objetivos:

– repensar processos de trabalho e sua eficácia;

– mensurar o resultado das ações, especialmente para o cliente final, nesse caso, o cidadão;

– melhorar a qualidade e produtividade do trabalho e, assim, fazer mais com menos recursos humanos e financeiros;