Segundo ministro, equipe do ministério está fazendo análises para verificar se número deve ser alterado; analistas de mercado têm revisado índice.

ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira (14) que a Fazenda ainda trabalha com mesmas previsões para crescimento do PIB (de 0,5% para este ano e 2% para o próximo), mas que os números podem ser revisados para cima, acompanhando o movimento do mercado.

“Nós na Fazenda estamos ainda com a previsão anterior, mas estamos no processo de observação, análise fiscal para saber se é de fato justificável uma revisão pra cima dessas projeções” disse a jornalistas após participar de evento do jornal O Estado de S. Paulo, na capital paulista.

“Como eu tenho dito, essas projeções atuais de crescimento têm um viés de alta, a tendência é de revisão para cima.”

expansão de 0,2% no PIB do segundo trimestre em relação ao anterior foi melhor do que o esperado por muitos economistas. Após a divulgação do resultado, muitos deles disseram que iriam revisar para cima suas projeções para o PIB de 2017.

O ministro avalia que a crise política não deve interferir na trajetória de melhoria dos indicadores econômicos (como bolsa, câmbio, juros e risco país) e na condução das reformas.

“Fica claro que as condições financeiras têm melhorado, isto é, a confiança e expectativa dos consumidores tem melhorado constantemente. Houve uma pequena piora em maio, voltou depois ao normal e continuou melhorando. Então, [para] a economia, a nossa expectativa é que ela vai manter a sua trajetória de recuperação.”

Reforma da Previdência

“As despesas de 2017 estão dentro do teto, as de 2018 também. É importante aprovar a reforma da Previdência para que seja viável a longo prazo. No curto, é”, afirmou em durante o evento.

Segundo ele, sem a instituição do teto de gastos, as despesas primárias do governo (ou seja, descontado o pagamento de juros) chegariam a 25,5% do PIB em 2026.

Caso a medida de restringir as despesas seja cumprida nos próximos anos, essa fatia deve cair para 15,5%.

O ministro também reiterou que acredita que a reforma da Previdência será votada em outubro e que está otimista quanto à sua aprovação.

Candidatura à presidência

Henrique Meirelles disse que não recebeu convite formal do PSD para ser candidato à presidência da república pelo partido em 2018. Ele afirmou que no momento está totalmente focado na condução da economia, mas não descartou interesse no cargo.

“Não houve um convite formal, o que houve foi uma manifestação de um grande número de parlamentares favoráveis à essa possibilidade.”

O ministro disse que se sentiu honrado com os elogios, que indicam um reconhecimento do seu trabalho na Fazenda.

Questionado sobre a possibilidade de aceitar a proposta informal, Meirelles afirmou que não trabalha com hipóteses e que “o ano que vem é outro ano”.

“Em relação ao que eu vou fazer no futuro, eu não estou preocupado com uma decisão que eu vá tomar no ano que vem, se é isso ou se é aquilo, como eu disse, começar a pré-tomar decisão. Não.”

Já quando perguntado sobre o desejo de ser presidente quando o país voltar a crescer, o ministro desconversou.

“Vamos aguardar. Como eu disse, temos muito trabalho à frente e também muita coisa para acontecer em todas as áreas, particularmente as áreas econômicas. [Tem] muita coisa que está avançando, muito processo que está caminhando”, disse.

Meirelles também rebateu o “conselho” do prefeito de São Paulo, João Doria, que declarou que ele deveria se concentrar na economia e não na presidência.

“Eu fico muito feliz quando as pessoas recomendam que eu faça algo que já estou fazendo, é muito bom”, disse o ministro.

Via G1 Economia