O avanço de investimentos no Norte de Santa Catarina, acima da média do país, motiva preocupações sobre os gargalos logísticos que afetam a atividade econômica. Esse foi um dos alertas levantados no painel Cenários 2018: perspectivas sobre Economia e Política, na celebração dos 95 anos do jornal A Notícia, segunda à noite, na Associação Empresarial de Joinville. Os grandes obstáculos são os atrasos na duplicação das BRs 280 e 470 e a falta de ferrovias. Há um consenso de que é preciso acelerar essas obras de duplicação e avançar nos projetos de ferrovias. Esses atrasos precisam ser enfrentados pelo governo estadual.  

No caso das ferrovias, ainda há falta de consenso pelo menos entre lideranças do setor privado e público sobre o que é prioridade. Enquanto o primeiro vice-presidente da Federação das Industrias (Fiesc), Mario Cesar Aguiar, defendeu um sistema intermodal de transporte no Estado que inclua ferrovias como a litorânea e a ligação Leste-Oeste, o deputado federal Mauro Mariani disse que a prioridade é a ligação Norte-Sul para trazer milho a agroindústrias do Oeste.

Na avaliação de Aguiar, a ferrovia Norte-Sul vai motivar mais aos produtores de grãos levar os produtos até os portos para exportar do que para vender em Santa Catarina. Segundo ele, o Estado precisa de uma malha interligada à ferrovia Norte-Sul para receber grãos, mas ela não trará benefícios ao Estado porque será uma ferrovia de passagem. 

— Nós precisamos ter um olhar muito cuidadoso com relação à infraestrutura. O paraná está se preparando. Nós precisamos trazer insumo para a nossa indústria e ter um sistema de infraestrutura para fazer a distribuição dos nossos produtos. Eu estive semana passada no Norte catarinense e a grande demanda da indústria é logística – disse Aguiar que defende um estudo para definir um projeto de intermodalidade para o transporte do Estado.  

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti