Para fechar as contas de gastos correntes do governo federal que só crescem, o Ministério da Fazenda optou, mais uma vez, pela fórmula mais fácil: a de elevar a carga tributária. A decisão de reonerar a folha de pagamento de 50 setores da economia, anunciada nesta quarta à noite, afeta em cheio a geração de empregos, justamente o maior problema do país e que prejudica hoje principalmente os mais pobres, embora a crise esteja afetando profissionais do setor privado de todas as faixas de renda.

Praticamente todos os setores econômicos que estão sendo prejudicados estão presentes na economia catarinense. Entre os atingidos estão alimentos, confecções, têxtil, papel e celulose, cerâmico, plástico, madeireiro, metalúrgico, mecânico, material elétrico e farmacêutico.

No caso do setor de alimentos, o impacto na folha de pessoal será um aumento de 9,91%, segundo cálculos feitos nesta quinta por uma grande empresa do setor de Santa Catarina. Para essa companhia, esse aumento de tributos vai elevar em R$ 72 milhões a despesa anual com pessoal.

O que aconteceu foi que no ano passado, para facilitar a sua vida, o presidente Michel Temer resolveu conceder todos os reajustes salariais a servidores públicos que tinham sido negociados anteriormente, mesmo sabendo que não haveria dinheiro para custear isso este ano. Agora a conta veio. A exemplo de outras fases difíceis, ele poderia ter postergado esses reajustes porque os salários do setor público são acima da média. Os servidores, com estabilidade no emprego, são os que menos sofrem com a crise.

 

Via DC – Coluna Estela Benetti