A greve dos caminhoneiros somada ao embargo europeu à carne de frango brasileira derrubaram as exportações catarinenses em maio, impondo uma retração de 19,4% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 6,7% frente ao mês anterior, abril. Em função disso, a média do ano também foi para o vermelho. De janeiro a maio, o Estado registrou queda de 3,72% nas receitas com as vendas externas, frente ao mesmo período de 2017, segundo cálculos do Observatório da Indústria de SC com os dados da balança comercial. Os recuos de vendas que mais pesaram foram de 6,25% na carne de ave, 13% na carne suína e 32% na soja. Equipamentos e autopeças tiveram alta. As exportações de maio alcançaram US$ 647 milhões. Já as importações seguem em alta. Alcançaram US$ 1,1 bilhão no mês passado, cifra 20,4% superior a do mesmo período de 2017. 

Conforme o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Glauco José Côrte, os embarques já estavam sendo afetados pelas restrições impostas pela União Europeia. Esse é o primeiro indicador econômico de SC a mostrar o reflexo da paralisação do transporte.

– A retração das exportações no mês reforça o que já sentíamos durante a greve: o cumprimento dos contratos de exportação foi prejudicado – afirmou ele.

Diante dessa e de outras dificuldades que vão surgir, o  Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (Cofem) encaminhou ofício ao Fórum Parlamentar Catarinense com propostas para as empresas poderem enfrentar essas dificuldades. Sugeriu linhas de crédito acessíveis e postergação no recolhimento de tributos. Outro problema em vista é a majoração dos custos dos transportes com uma tabela de preços. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, isso é um retrocesso, infringe as normas de livre-mercado e não vai resolver o problema de excesso de oferta de fretes. 

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti