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Juros altos e problemas fiscais do governo federal preocupam a Fiesc

Após registrar crescimento muito acima do esperado nos anos de 2021 e 2022, quando a pandemia levou a aumento do consumo, a indústria catarinense está encerrando 2023 com recuo em função de cenários mais difíceis. A produção industrial deste ano, até outubro, teve retração de 2,1%, mas as expectativas para 2024 são positivas, embora com cautela.

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, explica que o resultado deste ano foi afetado pela questão política, falta de uma âncora fiscal do governo, e consequências do endividamento das famílias.

Ele avalia que para o ano de 2024, a situação também será desafiadora, de baixo crescimento, devido ao impacto da questão fiscal. Isso acontece porque o governo federal seguir gastando mais do que arrecada.

Apesar das dificuldades, a indústria catarinense conseguiu crescer um pouco e está fechando o ano de 2023 resultado levemente acima da média do período pré-pandemia.  

– Temos uma indústria que exporta bastante e um dos setores do Estado que foi muito afetado pelas dificuldades econômicas do exterior foi o de móveis de madeira. Ele enfrentou a redução de atividade de construção civil nos Estados Unidos, que fez com que o setor comprasse menos de empresas de Santa Catarina. Outro setor com dificuldades para exportar foi o de carnes, em especial de frango, do qual o Estado é grande exportador – observou Aguiar.

Mas ele vê justamente no comércio exterior, no segundo semestre do ano que vem, a perspectiva de um cenário melhor para aumentar as vendas externas.

E entre os dados apresentados pela federação, um que preocupa por ter relevante impacto econômico no presente e no futuro é a intenção de investir.

Segundo a pesquisa que mostra confiança do industrial de SC, 57,1% têm planos para investir nos próximos seis meses. No Brasil, a média está em 55,6% em dezembro. Essa diferença favorável de SC costumava ser maior, disse o empresário.  

Segundo Aguiar, o cenário interno segue difícil no novo ano por quatro razões: economia internacional ainda desfavorável, desaceleração econômica, juros em patamares elevados e incertezas em relação à política fiscal do governo brasileiro. Por isso, as expectativas para 2024 são de cautela quanto a crescimento econômico.  

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti