Nova estratégia que visa trazer empresas para Santa Catarina e ajudar a desenvolver as que já estão instaladas, a agência Investe SC acaba de completar oito meses superando expectativas. A equipe de três profissionais liderada pelo engenheiro Diógenes Feldhaus cadastrou até o mês passado 100 empresas e instituições parceiras. Dessas, 37 têm projetos de investimentos e estudam instalá-los no Estado. Esses empreendimentos somam R$ 1,1 bilhão e preveem a geração de 1.430 empregos diretos. A primeira decisão desse grupo deve sair na próxima semana e é de uma multinacional francesa.

A maioria das 37 empresas é dos setores automotivo, alimentar e energético. Quando a agência público-privada de atração de investimentos foi aberta em 26 de novembro do ano passado pelo governo do Estado e pelaFederação das Indústrias (Fiesc), a meta era alcançar 100 cadastros em 2017.

Surpreendetemente, conseguimos atingir a nossa meta mês passado. Sabemos o que essas 100 empresas pensam. Um terço delas quer investir no Estado e examina isso com profundidade — afirma o presidente da Fiesc,Glauco José Côrte

Quase todos os Estados têm agência para atração de empresas, mas a maioria é pública. A catarinense é público-privada, têm escritório dentro da Fiesc, atua com ritmo do setor privado e grande sinergia com o governo. Além de atrair novos projetos, trabalha para trazer firmas que fortalecem indústrias já instaladas e também para recuperar empresas locais em dificuldades.

— A Investe SC é um modelo inovador no país. Ela está cumprindo a sua função de atrair empresas e de promover uma sinergia entre o governo e o setor produtivo, tanto da indústria, quanto do comércio e serviços — observa Carlos Chiodini, secretário de Estado de Desenvolvimento. 

Segundo ele, o governo está conseguindo dar respostas mais rápidas aos investidores. Quando necessário, eles podem se reunir com secretários da área econômica como o da Fazenda, Desenvolvimento e Articulação Internacional, e a empresa SCPar.

O presidente da Investe SC, Diógenes Feldhaus, explica que das 37 empresas, a maioria firmou acordo de confidencialidade. Por por isso, só elas podem anunciar decisões sobre os projetos. Dessas, 20 são multinacionais, o que reforça a imagem de SC como local com melhor potencial para atrair negócios.

Na próxima semana é para sair a primeira decisão de investimento a partir do nosso trabalho. É uma empresa francesa. A gente estava concorrendo com oito Estados, agora estamos entre os dois finalistasconta Feldhaus. 

Porte dos negócios

Os investimentos previstos para esses projetos que podem vir para SC variam. Há projetos de R$ 400 milhões, R$ 200 milhões e até de R$ 10 milhões. são complementares à indústria local ou focam tecnologia, explica o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte. Segundo ele, o estudo que a Fiesc fez de setores portadores de futuro, o PDIC, coordenado pelo diretor Carlos Henrique Fonseca, ajuda nas decisões.

Roadshow em SP

O secretário de Desenvolvimento, Carlos Chiodini, acredita que os diferenciais para SC atrair empresas serão ainda mais projetados com eventos específicos como roadshows. Um importante será realizado em São Paulo em outubro. Entre os pontos que favorecem SC estão bom relacionamento governo-empresas, formação dos trabalhadores e qualidade de vida. Um grande obstáculo é o câmbio do Brasil.  

Até uma universidade

A Investe SC foca atração de indústrias, mas trabalho inclui todos os setores econômicos como comércio e serviços. Conforme Diógenes Feldhaus, entre as empresas que estudam vir para SC há uma universidade voltada à economia do mar e produtora de vídeos.

Executivos preparados

Uma equipe enxuta, mas preparada e eficiente. Assim é a da Investe SC. O presidente Diógenes Feldhaus é engenheiro mecânico pela UFSC, trabalhou na Embraco por 14 anos, liderou escritório de inovação da Unicamp, morou na Alemanha e Estados Unidos. Nascido em Lages, também é acionista de empresa da sua família do setor de madeira em SP.

 

Via DC – Coluna Estela Benetti