O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-­feira, sem apontar uma projeção, que todas as indicações são de que haverá crescimento da economia e da arrecadação em 2017. Por isso, tudo indica que não será necessário elevar tributos, comentou o ministro. “Mas se for, vamos aumentar impostos”, ponderou. Meirelles participou nesta manhã de café com investidores na XP Investimentos, em São Paulo, e conversou com a imprensa depois do evento, que foi fechado.

“Tomaremos agora uma decisão preliminar, se será ou não necessário aumento de impostos”, disse Meirelles. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico publicada hoje, o governo deve elevar sua previsão de crescimento para o PIB de 2017, atualmente em 1,2%, o que terá impacto, também, na previsão da variação das receitas tributárias. A estimativa do PIB do próximo ano deve sair de alta de 1,2% para 1,6%, conforme relatou o Valor PRO nesta manhã.

O ministro disse que está otimista com a aprovação das medidas fiscais no Congresso, e que o governo vai divulgar até o fim deste mês a estimativa para o crescimento da economia no próximo ano.

Ajuste

Meirelles afirmou que o ajuste fiscal está em andamento e caminha bem, mas existe uma questão de percepção que precisa ser “bem avaliada e bem entendida por todos”, principalmente aqueles formadores de opinião. Segundo Meirelles, é necessário que todos entendam bem que existe um processo de negociação que envolve mudanças constitucionais.

“Este é o primeiro momento das últimas décadas em que estamos fazendo um ajuste fiscal estrutural nas contas públicas, com mudanças constitucionais e legislativas. Isso envolve prerrogativas legítimas do Congresso, que tem responsabilidade e poder de alterar a Constituição”, afirmou Meirelles. Por isso, o processo de ajuste fiscal não é linear. “Mais de 80% dos gastos são definidos constitucionalmente”, destacou.

Segundo o ministro, o ajuste fiscal segue “vigorosamente em andamento”, em ritmo rápido, se for levado em conta que o processo envolve mudanças constitucionais importantes.

 

Via Valor Econômico