Agora na iniciativa privada, o ex-presidente do Banco Central do governo Lula, Henrique Meirelles, traçou um cenário um tanto realista ao falar sobre a economia brasileira para auditores fiscais da Fazenda de Santa Catarina ontem à tarde. Segundo ele, o Brasil deverá fechar este ano com queda de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação entre 7% e 8%. A retomada do crescimento em cerca de 2% deve ocorrer só no final do ano que vem. Ele afirmou que, no curto prazo, o país precisa reduzir a inflação, ajustar o setor externo e aumentar o superávit fiscal.

Meirelles, que preside o conselho de administração do Grupo JBS, líder mundial em carnes, falou mais sobre a inflação. Disse que países desenvolvidos como EUA, a maioria da Europa e Japão têm meta de inflação de 2% ao ano, México e China adotam 3% e o Brasil 4,5%, o que ele considera elevado. Na avaliação dele, a previsão de inflação de 5,5% para 2017 é muito elevada.

Para uma maior retomada do crescimento, o ex-BC defendeu mais investimentos em infraestrutura, a realização das reformas e melhoria da qualidade da educação.

– A diferença do número de anos de estudos no Brasil em relação aos EUA tem diminuído. Isso é bom. O problema é a qualidade baixa. É precisa ter metas – alertou.

Sobre as expectativas de longo prazo, Meirelles traçou três cenários: pessimista, básico e otimista. Segundo ele, no pessimista, o Brasil voltará a crescer 1,2% ao ano. No básico, retoma crescimento de 2,6% ao ano e, no cenário mais otimista, com a realização dos ajustes e melhorias na infraestrutura e educação, o país volta a crescer 4% ao ano.

 

Via Clic RBS – Blog Estela Benetti