Pela oitava semana consecutiva, os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa para a inflação neste ano e, desta vez, também revisaram para baixo a projeção para a taxa básica de juros, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC).

A mediana das estimativas para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 4,43% para 4,36%. Há apenas um mês, estava em 4,70%, acima da meta de 4,5% estipulada para 2017. A projeção para 12 meses também caiu, de 4,62% para 4,55%. A expectativa para 2018 segue em 4,5% de aumento há 31 semanas.

Na esteira das consecutivas revisões para a inflação e também da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, a projeção para a Selic ao fim deste ano passou de 9,50% ­ onde esteve por quatro semanas ­ para 9,25%. O mercado espera que ao fim de 2018 o juro chegue a 9%.

Na semana passada, o Copom manteve o ritmo e cortou a taxa Selic em 0,75 ponto, para 12,25% ao ano. No comunicado que se seguiu à decisão, o colegiado sinalizou que considera possível levar a Selic a um dígito ainda neste ano. O comitê volta a se reunir nos dias 11 e 12 de abril.

Os analistas Top 5 ­ aqueles que mais acertam as projeções ­ não alteraram as previsões de médio prazo para a Selic neste ano, de 9,50%, mas reduziram a aposta para 2018, de 9,38% para 9,25%. Esse grupo também diminuiu as expectativas para o avanço do IPCA de 2017 ­ de 4,10% para 4,05% ­ e de 2018 ­ de 4,30% para 4,24%.

IPCA de fevereiro

O Focus divulgado nesta quarta­feira trouxe um novo corte na estimativa do IPCA de fevereiro, o quarto consecutivo, de 0,48% para 0,44% de elevação. A revisão ocorre após a divulgação do IPCA­15 do mês na semana passada. A taxa, de 0,54%, ficou acima do esperado, mas ainda assim foi a menor para o mês desde 2012, quando subiu 0,53%.

O IBGE divulga o IPCA de fevereiro no próximo dia 10.

Atividade

Os analistas consultados pelo BC preveem expansão de 0,48% em 2017, sem mudança, e esperam avanço de 2,37% para a economia brasileira no ano seguinte, acima dos 2,30% estimados anteriormente.

 

Via Valor Econômico