O Monitor do PIB-FGV de novembro, com informações até setembro do corrente ano, mostra retração de 0,99%, no terceiro trimestre em comparação ao segundo; trata-se da sétima retração consecutiva nesta comparação de trimestres calendário.

A taxa trimestral de setembro contra igual trimestre do ano anterior apresenta retração de 3%, inferior àquela estimada pelo Monitor para o segundo trimestre, que havia sido de 3,4%. Estes resultados mostram uma resistência à recuperação da economia maior do que a previamente esperada”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

Neste número, o Monitor do PIB-FGV, incorpora os resultados definitivos de 2014, recém divulgados pelo IBGE. Com isso as informações dos trimestres de 2014 e dos trimestres posteriores referentes aos anos de 2015 e 2016 sofrerão eventuais alterações quando o IBGE divulgar no dia 30 do corrente mês as revisões desde 2014 incluindo o terceiro trimestre deste ano.

Chama-se a atenção de que a taxa de crescimento do PIB de 2014 definitivo foi de fato 0,5% e não 0,1% conforme divulgado anteriormente pelo PIB trimestral. Na tentativa de antecipar as revisões que serão feitas pelo IBGE, utilizou-se os seguintes procedimentos no Monitor do PIB-FGV:

1) o resultado anual de 2014 foi distribuído pelos trimestres de acordo com a mesma distribuição da base móvel do PIB Tri do IBGE não revisado; 2) as séries do PIB Mensal para 2015 e 2016 foram estimadas mantendo idênticas as taxas de variação da base móvel com relação ao novo resultado anual de 2014.

Com tal procedimento há pequenas alterações nas taxas do PIB Tri estimadas pelo Monitor do PIB-FGV. Dessa forma a taxa de variação estimada pelo Monitor do PIB-FGV para o ano de 2015 passa a ser de -3,5%, ao invés dos -3,8% da série ainda não revista do PIB Tri do IBGE. Portanto, deve ficar claro que os resultados trimestrais da série desde 2014 são todas estimativas do Monitor do PIB-FGV, com base na nova estrutura de ponderação de 2014 e nas taxas trimestrais ainda não revistas do PIB Tri do IBGE.

Os seguintes resultados, estimados preliminarmente pelo Monitor, resultados estes que serão alterados após a próxima publicação da revisão do período de 2014 em diante e da divulgação do terceiro trimestre do PIB trimestral oficial do IBGE.

1) O terceiro trimestre apresentou retração de 0,99%, comparado ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal. Esta é a sétima variação negativa consecutiva. Ainda na série livre de efeitos sazonais, o mês de setembro recuou 0,53%, em comparação a agosto.

2) Na comparação do terceiro trimestre com o mesmo período em 2015, o PIB apresentou queda de 3,0%. Esta variação é menos negativa que a estimada pelo Monitor para o segundo trimestre do ano (-3,4%). As atividades de Agropecuária, Indústria também apresentam resultados menos negativos do que os estimados para o segundo trimestre, enquanto Serviços se manteve igual. No interior de cada atividade, à exceção de eletricidade, comércio e transportes as demais subatividades apresentam resultados melhores ou iguais àqueles estimados para o segundo trimestre do ano.

3) A taxa mensal do PIB foi de -3,1% em setembro quando comparada a setembro do ano anterior. Das 12 atividades que compõem o PIB cinco não apresentaram taxas mensais negativas contra igual mês do ano anterior: agropecuária (2%), extrativa mineral (6,3%) eletricidade (8,1%), serviços imobiliários (zero) e administração pública (2,1%). Pela ótica da demanda todos os componentes apresentaram retração em setembro, à exceção do consumo do governo (zero) com destaque para a queda de 10,9,% na formação bruta de capital fixo. A importação foi positiva em 4,9%.

4) A taxa acumulada em 12 meses do PIB continua em sua trajetória de desaceleração alcançando -4,2% no acumulado até setembro, sendo levemente menos negativa do que a apresentada nos dois meses anteriores. A exceção de serviços de informação (-3,4%), intermediação financeira (-3,1%), outros serviços (-2,6%), todas os demais componentes do PIB apresentam taxas acumuladas em 12 meses melhores em setembro do que as acumuladas até agosto.

5) Com relação ao mesmo período do ano anterior, o Consumo das Famílias encerrou o terceiro trimestre com retração de 3,8% e apresentou queda de 2,3% no mês de setembro. À exceção dos bens não duráveis, todos os demais bens de consumo apresentaram taxas negativas.

6) A formação bruta de capital fixo (FBCF) recuou 11% no terceiro trimestre do ano em comparação ao mesmo trimestre de 2015. O componente ‘outros’ apresentou a maior variação negativa nesta comparação (-24,8%). O componente ‘máquinas e equipamentos’, apesar de ter retraído menos (-18,5%), apresentou maior contribuição a taxa negativa da FBCF devido a seu peso (35,7% em 2014). O componente ‘construção’ apresentou queda de 2,9% nesta mesma comparação. No mês de setembro a variação da Formação bruta de Capital Fixo foi de -10,9% quando comparado ao mesmo mês de 2015.

7) A exportação recuou 0,1% no terceiro trimestre comparado ao mesmo período em 2015. As únicas taxas com variação negativa entre os componentes no terceiro trimestre, comparado ao segundo, foi a de ‘produtos agropecuários’, e ‘bens intermediários’. Ainda com relação ao mesmo período em 2015, o mês de setembro apresentou queda de 5%.

8) As Importações retraíram 2,6% no terceiro trimestre, comparado ao mesmo mês em 2015; apesar de negativa, esta variação é a menos negativa desde o trimestre móvel findo em setembro de 2014 (+0,8%). Chama atenção nesta comparação a variação de bens intermediários (+16,7%), que apresentou rápida recuperação, já que no trimestre findo em julho retraiu 12% e a variação de bens de capital (-20,7%), que chegou a crescer 38,6%, no trimestre findo em julho. Na comparação mensal, o mês de setembro apresentou crescimento de 4,9%.

 

Via Economia SC