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VI Plenária Nacional do Fisco Estadual e Distrital – Plenafisco, e do Congresso Extraordinário do Fisco Estadual e Distrital – Conafisco, a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital – Fenafisco, brindou os participantes do encontro, nesta quinta-feira (6), com palestra proferida pelo ex-deputado federal Ciro Gomes, além de apresentações de monografias e debates de relevantes temas para a categoria. A palestra de encerramento, proferida por Ciro Gomes teve como tema: “Conjuntura Político-Econômica Brasileira – Análise e perspectivas”.

Ciro Gomes iniciou sua palestra apontando o peso da crise financeira internacional no atual contexto político/econômico que o Brasil atravessa. “A crise de 2008 teve a função de desconstruir o mito neoliberal da importância do Estado Mínimo como alavanca para o desenvolvimento econômico com eficiência administrativa. Há muitos anos o Estado está, gradativamente, reduzindo sua função econômica e social”, argumentou.  

O palestrante destacou que, apesar da evidente desconstrução do discurso em favor de mercados desregulados, o mundo segue o caminho da intensificação da política neoliberal. “As regras de prudência, num mercado desregulado, foram sendo gradativamente revogadas. Os EUA gastaram 13 trilhões e meio de dólares para salvar o setor financeiro e sanear as despesas advindas da crise financeira de 2008. A dívida americana, que já era gigantesca, galopou vertiginosamente. Quem primeiro sistematizou esse modelo foi Margaret Taetcher. Hoje, a Europa paga um alto preço em consequência da cada vez menor interferência do Estado frente ao setor financeiro”, pontuou.  

Ciro chamou atenção dos congressistas para o modelo de desenvolvimento econômico Chinês.  “A única grande potência que não caiu na esparrela do discurso neoliberal foi a China. O único país que não se submeteu à cartilha desse modelo nefasto é, justamente, a nação que mais se desenvolve economicamente no mundo”, informou.

O ex-governador cearense alertou para a irracionalidade das agências de classificação de risco que, mesmo sendo desmascarada após a crise de 2008, segum sendo consultadas por investidores internacionais. “As agências internacionais de classificação de risco deram total segurança para investimentos nos EUA nas vésperas do estouro da crise financeira de 2008. O país estava muito bem posicionado, classificação AAA no ranking de “investment grade”. Portanto, essas agências não são infalíveis e, mesmo assim, investidores internacionais as consultam antes de tomar a decisão de investir neste ou naquele país. Uma irracionalidade imperdoável que submete os investimentos a um controle motivado por interesses escusos”, disse.  

Hoje, há uma pressão fervorosa para que ela encerre essa lógica de entregar a política a corruptos e mercado financeiro. Está em marcha uma tentativa de golpe contra o governo Dilma. Se houver um impeachment seguiremos o caminho perigoso que acomete, atualmente, a democracia da Venezuela. “Setores políticos ligados à elite financeira, não suportam avanços sociais e sobre uma pseudo ilegalidade, aplicam golpes na democracia de países que se negam a submeter-se à lógica do livre mercado”, argumentou. 

Via FENAFISCO