Como a crise da pandemia tem peso diferente para cada setor econômico, as micro e pequenas empresas de Santa Catarina conseguiram a volta ao azul no saldo anual de emprego em outubro. O segmento fechou o mês com resultado positivo em 21.256 novas vagas, o que permitiu, no acumulado do ano, ter superávit de 6.151 novos postos de trabalho. A economia catarinense, conseguiu resultado positivo no emprego um mês antes, em setembro, com 2.299 novas vagas.
Os dados integram o Boletim de impacto do novo coronavírus nos negócios elaborado pelo Observatório Sebrae/SC, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O levantamento mostra que em outubro as micro e pequenas empresas passaram a responder por 65% dos empregos totais do estado. Já do saldo de 35.210 vagas alcançado pelo estado no acumulado do ano até outubro, o maior do Brasil, 82,53% foram vagas criadas por grandes e médias empresas.
O levantamento mostra que as micro e pequenas empresas de SC têm sofrido mais do que as médias e grandes empresas. Após apresentarem os dois primeiros meses com saldo positivo e empregos, o segmento sentiu um forte impacto da crise da pandemia. Em março fechou 6.632 vagas, no mês de abril perdeu 50.129, em maio mais 18.280 e em junho, 821. Ao todo, o segmento fechou 75.862 postos de trabalho no pior período de isolamento da pandemia.
A exemplo da economia total de Santa Catarina, as micro e pequenas empresas tiveram uma retomada na pandemia pelo setor industrial. No acumulado do ano, o segmento acumula saldo positivo de 9.546 vagas na indústria de transformação, mais 5.391 na construção civil e 810 na agropecuária. Os setores que fecharam com saldo negativo de emprego em outubro foram o comércio (-5.078 vagas) e os serviços (-4.518).
Os dados estampam também o ritmo das demandas da pandemia. A indústria de alimentos liderou o saldo de empregos no ano com 9.349 novas vagas, seguida pelo setor de serviços de limpeza, com 8.268 vagas, locação do mão de obra temporária 7.580 e administração do estado e da política econômica e social, 4.797.
Os setores que mais fecharam vagas na pandemia foram restaurantes e outros serviços de alimentação e bebida (-11.769), seguidos pelo comércio varejista (-6.319), confecções e artigos de vestuário e acessórios (-4.954) e hotéis e similares (-4.436).
Embora a pesquisa do Sebrae/SC não inclua ainda os dois últimos meses do ano, dá para afirmar que novembro foi mais um mês bom para o emprego nas micro e pequenas empresas, mas dezembro, a exemplo de anos anteriores, deve ter mais desligamentos. Em função da Covid-19, a atividade turística de verão deverá ser mais fraca, apesar de o governo ter autorizado nesta segunda-feira a ocupação de 100% dos quartos de hotéis.
Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti