centro floripa foto diorgenes pandini 1 10

O recuo do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre do ano, de -0,1%, surpreendeu ao vir negativo e abaixo do esperado pelo mercado, que previa alta de pelo menos 0,2%. Mesmo assim, o desempenho do ano pode ficar acima de 4%. Contudo, a retração nessa série com ajuste sazonal mostra que a série de problemas econômicos afeta mais a economia e indica crescimento pífio em 2022.

No começo deste ano, a projeção era de alta em torno de 3,5% do PIB do ano que vem, mas o otimismo vem caindo e algumas consultorias já estimam 1%. Até o governo de Santa Catarina ficou mais cauteloso para a expansão local este ano. O economista Paulo Zoldan, responsável pelas análises e projeções na Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) de SC, apurou ritmo maior que o nacional no primeiro semestre, mas diante do cenário ele projeta resultado parecido com o do Brasil até o fim do ano.

As principais influências positivas do PIB nacional foram as do setor de serviços, que responde por cerca de 70% do PIB e cresceu 0,7%, do consumo do governo com alta de 0,7% e consumo das famílias, que ficou estável. A agropecuária recuou -2,8%, a indústria teve queda de -0,2% e a formação bruta de capital fixo (FBCF), que representa os investimentos, recuou -3,6%. No acumulado de quatro trimestres até junho, o PIB nacional cresceu 1,8%.

O PIB catarinense oficial sai com atraso de mais de um ano, mas a pesquisa do Banco Central do Brasil (BCB) sobre atividade econômica, que é considerada uma prévia do PIB, mostrou crescimento da economia do estado nos três meses do segundo trimestre. Em abril, a alta frente ao mês anterior com ajuste sazonal ficou em 0,91%, em maio subiu 0,56% e em junho, 0,36%.

A recuperação da economia nacional em taxas elevadas após uma parada como a da Covid-19 no ano passado é normal. O resultado será positivo em 2021 principalmente em função do efeito de carregamento estatístico. Mas a série de crises no país, especialmente a política, com guerra entre os poderes, eleva o dólar, afasta investidores e aumenta a inflação. Isso significa PIB menor no ano que vem no Brasil. Apesar das adversidades deste ano, em 2022 Santa Catarina pode ter resultado melhor que a média brasileira no próximo ano pela diversidade econômica e ritmo da produção.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti