Receita do Estado cresce 5,67% e dois setores indicam retomada Charles Guerra/Agencia RBS

Foto: Charles Guerra / Agencia RBS

Com o impulso do turismo, cobrança de devedores de ICMS e o melhor desempenho de dois setores industriais, o têxtil e o de embalagens, Santa Catarina fechou fevereiro com crescimento de 5,67% na arrecadação frente ao mesmo mês do ano passado. Apesar do montante total ser 8,6% inferior ao do mês imediatamente anterior, janeiro, o resultado de fevereiro traz um certo otimismo nestes tempos de indefinição porque a economia deste ano carrega prejuízo de 1,1% em função da mais profunda recessão da história, que fechou com queda acumulada de 7,2% nos últimos dois anos, sendo -3,6% no ano passado.

Mesmo com números da arrecadação em alta, Gavazzoni mostra preocupação com as despesas mais altas que no ano passado previstas no orçamento.

– É um bom resultado para o mês, mas não significa que podemos relaxar, afinal o ano está apenas começando e janeiro foi muito ruim, com crescimento de apenas 1,9% – avalia o secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, sempre de olho na arrecadação real para o Estado não enfrentar falta de recursos.

Segundo ele, do total arrecadado, quase R$ 130 milhões vieram da cobrança de impostos atrasados, com desconto de multas e juros. Chama a atenção o crescimento da arrecadação de ICMS dos setores têxtil e de embalagens. No caso de embalagens, indica retomada porque esse setor fornece para diversas outras indústrias e significa que estão retomando a produção. O setor têxtil catarinense está com produção em alta desde o ano passado. Em dezembro, o segmento de confecções liderou o crescimento da produção industrial em SC frente ao mesmo período do ano anterior, com alta de 17%. As vendas altas de bebidas e supermercados estão ligadas ao alto fluxo de turistas em fevereiro.

Mesmo sendo uma fase de incerteza, a expectativa é de que em março o resultado das receitas tributárias também seja positivo porque o efeito do turismo ainda ajuda.

Energia e crescimento
O comportamento do consumo de energia é um termômetro da atividade econômica. A Engie Brasil Energia, que atua no mercado livre do setor em todo o país, já registra maior demanda em alguns setores, informa o presidente da companhia, Eduardo Sattamini. Entre os que passaram a consumir mais o insumo estão os setores de papelão corrugado (para embalagens), alimentos e cimento.

– Quando a indústria começa a comprar papelão ela já teve um pedido e vai realizar vendas. Outro setor que estava muito deprimido e começa recuperar um pouco é o de cimento. Os alimentos tiveram uma boa recuperação – comentou o executivo.

 Via DC – Coluna Estela Benetti