Advogado e consultor, foi secretário da Administração Federal (mar.1990-mai.1991) e ministro da Infraestrutura (mai.1991-mai.1992; governo Collor); é autor de ‘O Estado a que Chegamos’ (editora Alta Cult)

Já se tornaram folclóricos os “capinhas” que auxiliam ministros do STF a se sentarem, ou o exército de garçons que serve água e cafezinho aos membros do Congresso. Seriam eles e seus colegas os grandes culpados pelo gasto gigantesco do Brasil com seu funcionalismo público?

Muitos podem se sentir tentados a responder afirmativamente, mas a questão é mais complexa. Usamos mais de 13% do PIB para pagar servidores ativos e inativos, o que nos coloca em sétimo lugar no ranking dos países gastadores. Acontece que, mesmo se cortássemos o salário e os penduricalhos dos ministros do Supremo, de todos os deputados e senadores, dos militares e de mais um sem número de carreiras de Estado, ainda assim teríamos um gasto desproporcional com o funcionalismo.