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Apesar da redução do Imposto de Renda, tributação em 20% de dividendos eleva a carga das empresas para valor acima do atual

A segunda etapa da reforma tributária apresentada pelo governo federal levará ao aumento de impostos para as empresas, ao mesmo tempo que arrisca diminuir a arrecadação da Receita Federal. O projeto proposto pela equipe econômica prevê reduzir o Imposto de Renda para Pessoa Jurídica (IRPJ) de atuais 25% para algo próximo de 20% ao cortar 2,5 pontos percentuais em 2022 e 2023. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), de 9%, no entanto, não será alterada. Na soma final, a reforma reduz a taxação de 34% para 29%. Em compensação, o texto indica a taxação de 20% de lucros e dividendos, atualmente isentos. A mudança deixa de fora empresas com lucro mensal abaixo de R$ 20 mil. Na percepção de especialistas em direito tributário, o resultado implica no aumento da carga das empresas e sócios, passando dos 34% cobrados hoje para algo próximo de 49%. “A alíquota da pessoa jurídica está caindo pouco. No combinado, a soma mostra que há o aumento de impostos”, afirma Edison Fernandes, professor da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV).