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Santa Catarina alcançou o segundo lugar no Índice de Inovação dos Estados em 2021, ficando atrás somente de São Paulo e subindo uma posição frente ao ano anterior ao superar o Rio Grande do Sul. Esse é o terceiro ranking nacional apurado pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e pela Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que está sendo divulgado na manhã desta quarta-feira.

O estudo apura dois índices, o de Capacidades e o de Resultados em inovação, sinalizando como os estados podem melhorar. O Índice de Capacidades apura Investimento Público em Ciência e Tecnologia, Capital Humano (Graduação e Pós-Graduação), Inserção de Mestres e Doutores, Instituições, Infraestrutura e Cooperação. O Índice de Resultados avalia Competitividade Global, Intensidade Tecnológica, Propriedade Intelectual, Produção Científica e Empreendedorismo Inovador.

Entre as ‘Capacidades’ analisadas, SC ficou na 5ª colocação, posição igual a do ano anterior no indicador, mas nos ‘Resultados’ subiu uma posição e ficou em 2º lugar. O Estado obteve o 1º lugar em Empreendedorismo, o 2º em Infraestrutura, Cooperação e Propriedade Intelectual. Em Capital Humano – Graduação ficou em 3º lugar, o mesmo em Intensidade Tecnológica.

SC foi mal em Investimentos Públicos e Ciência e Tecnologia (20ª posição nacional) e Instituições, que caiu da 4ª posição para a 6ª. Chama a atenção no caso de SC a baixa média em investimentos públicos em ciência e tecnologia, o que indica que o governo precisa investir mais e ter programas mais estáveis.

Para o diretor de Inovação e Competitividade da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), José Eduardo Fiates, SC está bem posicionada nesse ranking, como também foi destaque ao conquistar o primeiro lugar como Estado mais Eficiente do Brasil naquele estudo elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP).

Fiates avalia que SC vai muito bem no grupo de indicadores de Resultados, sendo o primeiro lugar em Empreendedorismo, mas vê como grande desafio melhorar a educação. Observa ainda que não basta estar bem no Brasil porque a competição econômica é mundial. Embora o país tenha subido cinco posições este ano no Índice Global de Inovação (IGI) frente a 2020, está apenas na 57ª posição internacional entre 132 países avaliados.

– O nosso problema, o nosso desafio continua sendo gente. Temos que formar mais pessoas com perfil técnico, em cursos de exatas. Esse é o desafio do Brasil. Temos que oferecer ensino fundamental e ensino médio dentro das tendências das inovações, formar as pessoas para os desafios do futuro. Eu tenho a impressão de que daqui a cinco anos, se um jovem que sair do ensino médio não tiver conhecimento sobre o que é algoritmo, nós estaremos fora do mercado – alerta o diretor da Fiesc.

Para o gerente do Observatório da federação do Ceará, Guilherme Muchale, o Índice de Inovação funciona como uma bússola com potencial para nortear ações estratégicas para que os Estados fomentem o desenvolvimento. O indicador ajuda ver as atividades que estão evoluindo bem e os pontos fracos a serem melhorados.

O estudo do Ceará tem apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que trabalha para que o setor seja cada vez mais inovador e avance na chamada indústria 4.0. Entre os exemplos de soluções apresentados recentemente na CNI com esse objetivo está o da startup catarinense PackIOT, que com apenas três anos oferece software que leva eficiência ao chão de fábrica por meio de automação e já está prestando serviços para indústrias de 11 países, entre os quais Portugal, Suíça. Polônia, Estados Unidos e Canadá. O sistema da PackIOT permite aos trabalhadores, por meio do celular, controlar o ritmo de produção em fábricas, por isso o êxito, explica o CEO da empresa, o engenheiro mecânico Cristiano Wuerzius.

Na opinião de Fiates, o ecossistema de inovação de SC tem potencial para ser mais forte no futuro porque tem uma condição rara no mundo, que é estar num local de belezas naturais exuberantes, especialmente na faixa de 100 quilômetros no litoral do Estado, só comparável à Califórnia nos EUA e ao Sul da França, região de Nice. Esse é um diferencial para SC atrair mais investimentos do mundo todo. Mas para alcançar isso é preciso ter milhares de pessoas qualificadas em ciências exatas. O Estado precisa empreender um grande esforço em qualidade de educação para alcançar isso.

Os 10 primeiros estados do ranking:

Nos 10 primeiros lugares ficaram São Paulo, que liderou com índice de 0,796, seguido por SC (0,508), Rio Grande do Sul (0,448), Rio de Janeiro (0,441), Paraná (0,420), Minas Gerais (0,352), Distrito Federal (0,273), Amazonas (0,258), Espírito Santo (0,244) e Pernambuco (0,237).

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti