Novas tentativas para aumentar a tributação sobre importantes cadeias produtivas do agronegócio serão perpetradas em 2020 pelo Ministério da Fazenda. A previsão é da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (FAESC) com base no comportamento do Governo Federal em 2019. “Tributar o agro é um erro histórico que muitos países já cometeram, com resultados sociais e econômicos nefastos”, adverte o presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo.

O dirigente observa que no ano passado foram várias as tentativas de aumento da carga tributária, que só não prosperaram porque muitos parlamentares que conhecem a importância do setor estavam atentos, mas que continuam na pauta.

Todas as avaliações indicam que a área técnica do Governo insistirá no aumento da tributação. Por isso, alguns temas exigem atenção, em especial o Convênio 100, pactuado pelo Conselho Fazendário Nacional (Confaz) e que reduz ou isenta a base de cálculo de inúmeros insumos utilizados na produção agrícola.

Os Secretários da Fazenda se reunirão em maço para discutir a renovação ou não do Convênio 100/97 para os anos de 2020 e 2021. Ainda não há consenso no Confaz sobre a sua prorrogação. Na prática, é possível prever que alguns produtos serão excluídos. Pedrozo avalia que não prorrogar a referida norma implicará em aumento de carga tributária para o agronegócio de até 7,6% no preço dos insumos.

Outro tema preocupante está relacionado à PEC 133, a chamada “PEC paralela da Reforma da Previdência”. Existe previsão de taxação do agronegócio exportador com a inclusão da contribuição à Previdência Social por parte de empresa exportadora e do produtor pessoa física que exporta diretamente. A ameaça dessa tributação ganhou corpo com a aprovação do relatório do senador Tasso Jereissati, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. O relatório contempla a tributação nas exportações do agro.

A proposta pretende a reoneração das receitas decorrentes de exportações do setor do agropecuário. O tributo deve somar R$ 60 bilhões ao caixa da Previdência nos próximos dez anos. “Tributar as exportações é um completo absurdo, algo que não encontro paralelo em nenhum sistema tributário racional”, protesta o presidente. Em fevereiro o STF julgará a validade dessa cobrança do Funrural na atual legislação.

Via SC em Pauta