Completando-se nesta quarta-feira 10 dias da eleição de Carlos Moisés, a primeira constatação feita nos meios políticos é de que há uma grande diferença de estilos entre o governador eleito e o presidente Jair Bolsonaro. Enquanto no QG de Bolsonaro as informações fluem com precisão pelo próprio presidente ou por fontes credenciadas nos setores político e militar, na transição o estilo está marcado pela blindagem.

Moisés não atende telefonemas.  Seus assessores mais próximos pouco dizem até sobre sua agenda. A comunicadora indicada para atender os jornalistas se revelou desinformada de tudo. É a assessora de imprensa do PSL, partido que deixou o mundo dos nanicos para ocupar o reino dos poderosos. Seu presidente, Lucas Esmeraldino, sempre solícito durante as duas campanhas, quando atende o celular alega estar por fora da transição. Seu nome sofre restrições no novo grupo governamental.

Oficiais da reserva que conquistaram mandatos começam a se movimentar nos bastidores. Receptivos aos jornalistas, procuram explicar as razões da blindagem a Moisés alegando que ele primeiro quer se inteirar de toda a estrutura do Estado para depois se posicionar sobre o que será cortado, o que fica, o que será objeto de fusão, além de nomes já escalados para compor o novo governo.

O governador eleito, que ontem visitou o Ministério Público de Santa Catarina, promete anunciar nesta quarta os 10 nomes do grupo de transição. E na sexta-feira realizará a primeira reunião com o diretório estadual do PSL e a bancada na Assembleia Legislativa. A partir destes eventos, a população saberá se apenas a transição está fechada ou se o novo governo mudará suas relações com a imprensa e com a informação à sociedade.

Via NSCTotal – Coluna Moacir Pereira