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SC fica em décimo lugar em valor de produção agrícola no Brasil, segundo o IBGE

Com preços favoráveis, a produção agrícola catarinense fechou 2022 com valor de R$ 20,1 bilhões, o que representa um crescimento de 16,1% frente ao ano anterior em termos nominais. A informação é da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) divulgada  nesta quinta-feira pelo IBGE, em evento nacional em Florianópolis na sede da Epagri, a Empresa de Pesquisa Agrícola de SC.

No Estado, a soja liderou, com receita de R$ 6,4 bilhões e alta de 19,9% frente a 2021, seguida por milho com R$ 3,3 bilhões e alta de 26,1%, e o fumo, com R$ 2,2 bilhões e crescimento de 12,5%.

Campos Novos, no Oeste, seguiu o município catarinense com maior produção agrícola. Fechou 2022 com R$ 992,7 milhões e crescimento de 43,9% frente a 2021. Em segundo lugar ficou Abelardo Luz, com R$ 791,7 milhões e alta de 79,4%, seguido por São Joaquim, com R$ 679,1 milhões, 15,3% mais.

Para completar os cinco maiores produtores em receita bruta de vendas, Mafra ficou em quarto lugar com R$ 553,7 milhões e crescimento de 19,3%. A quinta colocação foi de Canoinhas, com receita de R$ 551,7 milhões e crescimento de 13,8%.

No Brasil, a produção agrícola do ano passado alcançou R$ 830,1 bilhões, mais um valor recorde, com alta de 11,8% frente a 2021. Santa Catarina ficou em 11º lugar em produção agrícola com 6,1 milhões de toneladas e em 10º lugar em faturamento.

Apesar de ser um estado pequeno, SC seguiu bem colocada no geral. No ano passado, liderou a produção de cebola, com 31,3% do total nacional, e maçã, com 58,2% do total. Ficou em segundo lugar na produção de arroz, fumo, palmito e pera. E em terceiro, na produção de erva-mate.

O evento de hoje contou também com a primeira projeção da safra 2023-2024 feita pela Epagri Cepa para SC. O analista Haroldo Elias informou que a projeção é de estabilidade da área plantada de arroz, o feijão deve ter elevação da área cultivada em 5%.

O milho, na primeira safra, deve ter queda de 4% na área de cultivo, mas deve ter maior produtividade em função de chuvas. Milho silagem deve aumentar produtividade em cerca de 10%. A soja, primeira safra deve ter aumento da área cultivada em 1,7%.

A apresentação dos dados nacionais em Santa Catarina foi feito pelo supervisor nacional da Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, Winícius de Lima Wgner que é engenheiro agrônomo. Segundo ele, uma das razões pelas quais SC não consegue elevar a quantidade de milho produzida é porque o estado cultiva também milho silagem para a produção leiteira.

– No meu ponto de vista Santa Catarina se diferencia dos demais estados do país por conta da diversificação da pauta de produtos agrícolas. Isso agrega valor à agricultura catarinense. E SC é um estado estratégico para a produção de grãos para alimentação de aves e suínos porque é um celeiro nessa produção de proteína, junto com o Paraná – afirmou Winícius Wagner.

O IBGE é o principal instituto de pesquisa de dados nacionais, inclusive para a produção agropecuária. Segundo o superintendente do instituto em SC, Roberto Kern Gomes, são feitas duas pesquisas no setor agrícola do país. Uma é o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA), feito mensalmente.

Pesquisadores do IBGE vai em cooperativas e em outras instituições da área e apura a produção agrícola mensal. Ao final do ano, essa produção da LSPA vai para a PAM, divulgada nesta quinta-feira.

Além disso, o IBGE faz em cada 10 anos o Censo Agropecuário. O último saiu em 2017. A expectativa é de que em 2026 seja feito novamente. Essa pesquisa, a exemplo do Censo de pessoas, inclui recenseadores.  

Durante o evento desta quinta-feira, o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc) Enori Barbieri, sugeriu uma aproximação ainda maior da Epagri e IBGE, para ampliar a oferta de informações aos produtores.

Como o clima é fundamental para a produção agrícola, o evento na Epagri também teve apresentação da área pela meteorologista Marilene de Lima.

Segundo ela, a ocorrência do fenômeno El Niño este ano vai deixar o clima mais chuvoso em Santa Catarina, o que facilita para algumas culturas e dificulta para outras. Isso exige um acompanhamento mais constante e mais pontual.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti