Com um ambiente empresarial multissetorial, Santa Catarina é sede de 43 empresas que estão entre as mil maiores do Brasil, de acordo com ranking elaborado este ano pelo jornal Valor Econômico em parceria com a Serasa Experian e a Fundação Getulio Vargas (FGV-SP). Em particular, das 50 maiores companhias da região Sul, o Estado tem ao todo 10 representantes.

Os resultados colocam Santa Catarina como o 6º Estado em maior número de representantes na lista e também em participação na receita líquida das maiores companhias, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

Os polos regionais bem distribuídos e as diversas vocações produtivas são as características apontadas por especialistas como diferenciais. “Se considerarmos as 300 maiores empresas do país – em termos de receita líquida – 10 delas localizam-se em solos catarinenses, apresentando uma diversidade setorial, com destaque para setores de alimentos, mecânico, energia, metalurgia, plástico, agropecuária, comércio varejista e têxtil”, afirma o professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Lauro Mattei.

Essa diversificação empresarial também é apontada pelo supervisor técnico do Dieese/SC (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos de Santa Catarina), José Álvaro Cardoso, como uma das fortalezas da economia catarinense. “Ter uma economia bastante competitiva e manter a participação entre as mil maiores do País já é positivo, especialmente no pós-crise internacional de 2008. A alta participação da indústria no PIB, o povo trabalhador e os baixíssimos níveis de pobreza são as qualidades locais”, analisa.

A consultora da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), Graciella Martignago, destaca a capacidade empreendedora do Estado, o que permite manter-se em crescimento mesmo em um momento de desaceleração da economia. Ela afirma, ainda, que os investimentos contínuos garantem a manutenção das empresas catarinenses nos rankings nacionais. “Elas investem, principalmente, em desenvolvimento de processos e produtos. Além disso, planejam a longo prazo, pois não adianta olhar a curto prazo em um cenário de crise.”

O investimento em inovação deve ser o foco das empresas para continuar crescendo, afirmam os especialistas consultados pelo Portal EconomiaSC. Luiz Fernando Furlan, ex-ministro de Estado do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – que palestrou no almoço do Lide SC (Grupo de Líderes Empresariais de Santa Catarina) realizado na última terça-feira, dia 30 – acredita que é necessário agregar valor, diversificar mercados e criar marcas, pois isso gera confiabilidade.

O supervisor técnico do Dieese/SC defende a formação dos trabalhadores. “É importantíssimo investir em educação básica e em formação profissional para ter empresas de alta produtividade e qualidade da produção”, diz José Álvaro.

No âmbito público, a consultora da Fiesc ressalta a necessidade de investimento em infraestrutura, como aeroportos, rodovias e ferrovias, para aumentar a produtividade. O professor da UFSC, Lauro Mattei, acrescenta que os três elementos chaves para mobilizar capital são: possibilidade concreta de taxas de retorno do capital investido, o que é verificado dado a base empresarial existente no Estado; infraestrutura básica (energia, transportes, comunicações); e mão-de-obra que atenda às exigências atuais do mercado.

O ranking foi divulgado na edição 2014 do anuário Valor 1000, publicado em agosto último. A lista é construída com base nos demonstrativos de resultado de 2013 e através dos indicadores de desempenhos definidos pelo Valor Econômico em parceria com a Serasa Experian e a FGV-SP.

Clique aqui e confira as entrevistas com a Bunge, Tractebel, Aurora e Celesc, empresas com sede em SC que estão entre as melhores classificadas no ranking estadual.

 

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