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O varejo catarinense, que tem apresentado desde maio desempenho melhor do que a média nacional, começou a registrar queda nas vendas na última semana em função do avanço do novo coronavírus, que colocou diversas regiões em situação crítica frente a pandemia. A retração acontece tanto na região do litoral quanto no interior por duas razões: as pessoas estão com mais medo de contrair a doença e por isso saem menos de casa e, também, pela falta de transporte coletivo, que está limitando o deslocamento de muita gente.

O vice-presidente da CDL de Florianópolis, Lidomar Bison, informa que as vendas estavam numa média de 60% do volume registrado no mesmo período do ano passado. Com o avanço da pandemia, caíram para 40% e, desse a última segunda-feira, quando foi suspenso o transporte coletivo, recuaram para 15% a 20% do volume alcançado no mesmo período do ano passado.

No interior, o problema é semelhante, informa o presidente do SPC Brasil e também presidente da CDL de Curitibanos, Roque Pellizzaro Júnior. Segundo ele, a causa principal da retração de vendas no interior é o medo de contrair o novo coronavírus após o avanço do número de casos no Estado. A suspensão do transporte também influencia.

Desde a retomada das vendas do comércio de rua em 13 de abril, o varejo catarinense vinha registrando uma recuperação gradual. Em maio, teve crescimento de 6,4% no volume de vendas frente ao mesmo mês do ano passado, a maior alta do país segundo a última pesquisa divulgada pelo IBGE.

No mês de junho, o resultado foi ainda melhor segundo levantamento interno da secretaria de Estado da Fazenda. Os melhores desempenhos foram alcançados pelas lojas de departamento, que tiveram alta de faturamento de 10,2% em maio e 25,5% em junho frente aos mesmos meses do ano passado. O segmento com maior dificuldade do varejo é o de têxteis e confecções, mas também registrou recuperação. Segundo os dados da Fazenda, esse segmento teve queda de faturamento de -33,6% em março, de -60,4% em abril, -34,3% em maio e de -8,3% em junho. Com o agravamento da pandemia, o resultado de julho será pior e as expectativas são de vendas difíceis em agosto, porque o problema da pandemia seguirá grave.

Comércio consciente

Diante do cenário atual, a Federação das CDLs de Santa Catarina (FCDL/SC) lançou a segunda fase da campanha Comércio Consciente. O objetivo é buscar a recuperação das vendas frente à crise, mas de forma consciente, preservando a saúde de clientes, colaboradores e empresários. De acordo com o presidente da entidade, Ivan Tauffer, o objetivo é o equilíbrio entre a continuidade dos negócios e a preservação das vidas. A campanha inclui informações em pontos de venda, outdoors e marketing digital.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti