Baixa constante na arrecadação do Estado, agravada com a crise econômica, leva governador catarinense a pedir mais controle de gastos do secretariado

A expectativa de fechar um acordo com o governo federal sobre a dívida com a União não estará na reunião do governador Raimundo Colombo com o secretariado, nesta segunda-feira, em Florianópolis. A grave situação financeira do Estado será o centro das conversas, motivado por números que mostram um decréscimo do que foi arrecadado em abril deste em relação ao mesmo período de 2015, e Colombo não terá meias palavras para o seu colegiado: pedirá mais cuidado com os gastos.

Já que a diminuição de cargos comissionados e terceirizados não teria impacto nas finanças do governo, Colombo ataca questões pontuais. Consumo de cópias, combustível em áreas não essenciais e atenção máxima a custos exagerados com o aluguel de veículos, por exemplo, onde há grandes distorções entre o que uma determinada secretaria contratou em relação a outras pastas.

O quadro é mais grave porque, historicamente, a arrecadação cai a partir de maio, e Colombo não quer chegar ao ponto de situações lastimáveis como as vividas pelos governadores José Ivo Sartori (PMDB), do Rio Grande do Sul, e o interino Francisco Dornelles (PP), do Rio de Janeiro, que atrasaram salários e fornecedores nos últimos meses, situação que se encaminha em Minas Gerais, com Fernando Pimentel (PT). A hora não é para remediar e o governador catarinense já tomou medidas práticas como cancelar o mutirão de cirurgias eletivas em função de que, desde o início do ano, o governo federal não faz o repasse dos 60% para a realização dos procedimentos. A saúde preocupa Colombo, pois o rombo é de R$ 500 milhões na área, sem perspectivas de melhora.

 

Uma boa, outra não!

Raimundo Colombo acredita com o que foi arrecadado em dezembro, janeiro e fevereiro, conseguirá pagar a primeira parcela do décimo terceiro salário, em julho próximo, uma medida para beneficiar o funcionalismo, mas também que terá efeito positivo na economia do Estado. Mas isso não afasta fantasmas na queda de recolhimento de tributos que indicam uma grande freada na economia: em abril, o pagamento de IPVA diminuiu em relação ao mesmo mês do ano passado, sinal de que diminuiu a venda de veículos, sem contar que isso tem reflexos na queda da venda de combustíveis com reflexos na arrecadação do ICMS.

 

“Vamos pedir cuidado, precaução e corte de custos.” – Raimundo Colombo, sobre a pauta da reunião com o secretariado nesta segunda.

 

Via Notícias do Dia – Blog Roberto Azevedo