Vitoriosos e derrotados: uma reflexão

Passada a primeira fase, quando a fatura não foi liquidada no primeiro turno, vem à tona as propostas dos candidatos à majoritária. Nada ainda muito claro, até porque todos indistintamente, se preocuparam em falar de temas abrangentes como saúde, segurança, educação e infraestrutura, sem entrar em detalhes. Devido ao reduzido tempo de rádio e tv., alguns direcionavam o eleitor às leituras na mídia eletrônica. E olha que deram resultados, basta mirar as urnas.

A novidade foram as surpresas; candidatos tidos como eleitos, não lograram êxito, ao passo que ilustres desconhecidos nadaram de braçadas. A renovação nas casas legislativas demonstrou que a população está mais atenta às ideias, aos interesses escusos e aos que, em pleno exercício do mandato fizeram para a sua região. Simplesmente não adiantou prometer. A esses, o povo recusou apoio. Bem claro que, sem cobrança, podem seguir o caminho dos agora derrotados.

Lá e cá

Como no plano nacional Santa Catarina também enfrentará o segundo turno. A novidade é de que um dos pretendentes nunca exerceu funções políticas, quer seja no legislativo ou no executivo. Algo impensável até bem pouco tempo onde se aguardava que candidatos fossem nascidos de tradicionais famílias de políticos. A oligarquia passando o bastão de geração em geração ainda persiste, porém em declínio até que o povo acorde.

Ficou de fora

Muitos pretendentes e com extraordinária capacidade de exercer as funções, quer seja no legislativo ou no executivo, ficaram na estrada. E aqui, não poderia deixar de mencionar a candidatura de Fabiano Dadam Nau.  O Auditor fiscal há 16 anos, tendo passado pela Procuradoria de Blumenau, ambos por concurso público, com certeza fará muita falta ao parlamento. Basta ver o quanto se perdeu nos últimos anos com a ausência de um profissional na Assembleia Legislativa com experiências nos assuntos que envolve tributação, finanças e orçamento. E aqui não se atém a corporativismo, mas à classe contábil, empresarial e sociedade em geral. Todos perderam.

Arrecadação no estado

A tão sonhada recuperação da economia dá sinal de vida, embora ainda oscilando. Em setembro a arrecadação somou receita bruta de R$ 2,186 bilhões, um acréscimo de 4,66% frente ao mesmo mês do ano passado. O principal imposto estadual o (ICMS), alcançou a R$ 1,8 bilhão, 5,53% superando a do mesmo mês de 2017. Já o IPVA gerou arrecadação de R$ 154 milhões no mês passado, crescendo 14,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Quanto ao imposto sobre herança, o ITCMD, em agosto a receita foi de R$ 20 milhões, uma queda de 35,7% frente ao mesmo mês do ano passado. Apesar de ser sazonal, a pasta está prestando mais atenção ao potencial desse tributo.

Crédito do estoque

A Secretaria da Fazenda está comunicando aos contabilistas que foram encontradas inconsistências relacionadas à Escrituração Fiscal Digital – EFD e DIME relativas ao aproveitamento de créditos de ICMS – Próprio e Substituição Tributária (ST), sobre as mercadorias que foram excluídas da ST a partir de 01/07/2017, produtos eletrônicos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Também, a partir de 01/04/2018, produtos alimentícios, materiais de limpeza e papéis, plásticos, produtos cerâmicos e vidros. O contabilista deverá informar a seu cliente do que se passa e sanar as pendências.

Refletindo: “São homens que desconhecem a República, que ultrajaram as suas instituições e que, atraídos por uma perversa vocação para o controle criminoso do poder, vilipendiaram os signos do Estado democrático de direito”. Celso de Mello, Ministro do STF no julgamento do mensalão. Uma ótima semana.

Por Pedro Herminio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual/SC