Mercado ilegal corrói a sociedade

O mercado ilegal vem devastando a economia e o emprego mundo afora. Conforme levantamentos de institutos especializados, no Brasil, só em 2020, a cifra chegou próximo aos R$ 300 bilhões (somados os faturamentos de 15 setores industriais e seus respectivos impostos). Mas a pandemia impôs um freio de arrumação nos contrabandos, caindo 1,2%. A exceção ficou nos aparelhos celulares devido à comunicação virtual.

Gato no telhado
No enfrentamento competitivo (concorrência desleal), o ramo da TV por assinatura. Os relatos apontam que a “Gatonet” gera prejuízos de R$ 15,5 bilhões, sendo R$ 2 bilhões só de impostos ao ano. Para se ter uma ideia da grandiosidade, 15% da população brasileira consome conteúdos por meios ilegais. Caso não haja um combate eficaz, em cinco anos, o país perderá 150 mil postos de trabalho. Para essa turma que compra e vende produtos piratas, a multa é de R$ 10 mil, com até quatro anos de prisão, mas é pouco.

Medidas de restrições
Evitando a propagação do vírus, algumas medidas restritivas e que afetaram a disponibilidade dos produtos resultantes do crime, como o isolamento social, com ruas vazias e comércio fechado; o bloqueio de fronteiras; a alta do dólar e aumento das apreensões nas estradas/rodovias brasileiras. O setor mais afetado pelo contrabando foi o de cigarro. Perdeu R$ 14,2 bilhões no ano passado. Assim mesmo, esse mercado fraudulento vem corroendo a sociedade como um todo.

Tribunal tributário
Tramita lentamente na Casa Legislativa projeto de lei complementar 008.4/2020, que trata do Tribunal Administrativo Tributário, especificamente das composições acerca do voto de minerva, quando há empate entre as partes. Por sinal, hoje, o TAT, anteriormente denominado de Conselho Estadual de Contribuintes, completa 60 anos de atividades e tem na presidência o advogado Dr. João Carlos von Hoendorff.

Palestras 
Nas comemorações do evento virtual, a partir das 13h30, que acontece na sede, em Florianópolis, tem abertura pelo auditor fiscal e secretário da Fazenda, Paulo Eli, e em seguida duas palestras: Os efeitos dos precedentes judiciais na fiscalização tributária e no administrativo, com Deonisio Kock, e o Incidente de desconsideração da personalidade jurídica – IDJP em face da responsabilidade tributária prevista no Código Tributário nacional, com Vandeli Dannebrock, ambos auditores fiscais, aposentados e ex-membros do TAT.

GDFAZ 25 anos
Hoje, também, o Grupo de Desenvolvimento do Servidor Fazendário – GDFAZ completa 25 anos de criação. Seu intuito chegou junto com os investimentos do PNAFE, onde uma das prerrogativas de empréstimos externos era o de criar centros de capacitações, posteriormente transformados em Escolas Fazendárias e atualmente presentes na maioria dos estados. No período, ocorreram 72 reuniões com temas sempre voltados à formação, capacitação e gestão de pessoas do quadro das Receitas estaduais. Santa Catarina sediou os encontros de dezembro de 2001, agosto de 2011 e novembro de 2014, os dois últimos sob nossa gestão. Coordenado pela auditora fiscal Sayonara de Oliveira (RN), teve por um longo período a professora Margarida Souza (CE) como facilitadora. O reconhecimento da coluna pela valorização das pessoas fazendárias.

Refletindo
“A crescente receita tributária tem proporcionado aos municípios retornos significativos no bolo arrecadatório. Que todos façam boas gestões”. Uma ótima semana!

 

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual