Atender para entender

Usuários de diversos segmentos do setor público vêm adotando comportamentos elogiáveis diante do atendimento democrático apresentado pelos servidores. Quando as respostas são compatíveis e em nível de cordialidade, ainda que não atenda os quesitos solicitados, prevalece elevado o grau de satisfação.
Particularmente em dois momentos e num mesmo setor, o atendimento totalmente diferente. Num local onde o foco são as pessoas, foi necessário dizer que se ali o tratamento ignora o cliente, o que dizer dos demais que lidam com a força da caneta?  Mas a alegria de 12 meses ao retornar para atender um erro de cálculo cometido, ainda que sob a ameaça de responder em caso do não cumprimento, a pessoa responsável foi compreensível, inclusive, oferecendo para sentar acompanhado de um cafezinho. Claro que, ao fazer o trivial, demonstrou a desconexão de colega, prestes à aposentadoria, porém, sem o mínimo trato para com as pessoas. Feito o registro.
Recente pesquisa realizada pela Secretaria da Fazenda junto a contribuintes atendidos pela Central de Atendimento Fazendária (CAF) apresentou resultados positivos, quando, de cada dez, pelo menos oito consideraram o serviço excelente. A nova ferramenta de avaliação aplicada pelo fisco demonstra que o investimento na capacitação, na maneira de atender e no rápido direito de resposta têm valido a pena. Se de um lado, a satisfação pelo serviço prestado, de outro, as observações às melhorias.

Atendente virtual
Entre outras medidas definidas no Plano de Ajuste Fiscal de Santa Catarina (Pafisc), há previsão de novas plataformas de atendimento ao cidadão, como a criação de um canal de comunicação para que o contribuinte possa propor sugestões e acompanhar o andamento da implementação de sua ideia. Também é desenvolvida a criação de uma atendente virtual, baseada em inteligência artificial, para esclarecer dúvidas frequentes com respostas imediatas, confiáveis e precisas, diz a nota. Nas palavras do secretário Cleverson Siewert: “Com estes feedbacks, vamos trabalhar ainda mais e reverter as sugestões em ações, simplificando processos e serviços, investindo em melhorias para atender a todos os contribuintes que recorrem diariamente ao Fisco”. Quando os serviços prestados atendem o contribuinte, entendê-los se torna mais fácil.

Pitacos na política 
Em podcast com o comunicador Aroldo de Oliveira Silva, o Dura, disponível no Youtube (https;//www.youtube.com/watch?v=VKiMLFKps), em certo momento comentando sobre o trabalho jornalístico desenvolvido semanalmente na coluna Fisco & Cidadania, disse: “você, de vez em quando, sai um pouco do tema fisco e ingressa no da política”. Foi quando respondi: “se a coluna trata também de cidadania, não se poderia furtar de transitar pelos caminhos da política, principalmente quando não condiz com a honestidade, ética e profissionalismo. Sem pretensões ou para satisfazer um ou outro lado, ainda que doa, no caso de seus ocupantes exercerem funções em destaque”.

Crime compensa? 
Em se tratando da Operação Mensageiro que chacoalhou SC, onde 16 prefeitos, um vice e outros gestores tiveram prisão preventiva decretada (atualmente poucos permanecem), pelos relatos de corrupção, não se pode ignorar. Talvez antes da prisão ou após a condenação, em sendo o caso, o confisco daquilo comprovadamente amealhado dos cofres públicos, que fosse devolvido, evitando outros a trilharem o mesmo caminho, na certeza da impunidade. Cadeia pouca e meu quinhão primeiro, não. Parar com a história de que o crime compensa.

Refletindo
Se o bolso é a parte mais sensível do corpo humano, por que não o confisco para quem rouba cofres públicos? Uma ótima semana!

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal aposentado da Receita Estadual de SC

“Este é um artigo de opinião, cujo teor é de inteira responsabilidade do autor, e não expressa necessariamente a opinião desta entidade, não sendo, portanto, por ela endossado.”