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O comércio varejista de Santa Catarina começou 2021 com queda de 4,1% em volume de vendas em janeiro frente ao mês anterior, considerando ajustes sazonais. Em relação ao mesmo mês do ano passado, registrou leve crescimento de 0,5%, enquanto nos últimos 12 meses acumulou alta de 5,7%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, divulgada nesta sexta-feira. Inflação e dólar altos e a crise sanitária afetaram os resultados.

O varejo brasileiro recuou 0,2% em janeiro frente a dezembro e 0,3% em relação a janeiro de 2020. Nos últimos 12 meses cresceu 1%.

No comércio ampliado, que inclui materiais de construção e veículos, Santa Catarina teve queda de 0,4% frente a dezembro e alta de 0,4% em relação a janeiro de 2020. Nos últimos 12 meses, cresceu 2,4%. 

Em receita nominal, o varejo restrito do Estado (sem materiais de construção e veículos) teve queda de 3,7% em janeiro na comparação com o mês anterior, cresceu 9,6% frente a janeiro do ano passado e também teve alta de 10,6% nos últimos 12 meses.

Segundo o IBGE, a retração de 4,1% de janeiro frente a dezembro foi menor que a de dezembro em relação a novembro, que ficou em 5,4. Os setores que registraram alta em janeiro comparada com o mesmo mês de 2020 foram: materiais de construção (13%), artigos farmacêuticos (10,1%), móveis (6,4%), hipermercados e supermercados (4,9%) e tecidos, vestuário e calçados (0,7%).

As quedas ocorreram em livros, jornais e revistas (-42,1%), materiais de escritório (-37,3%), combustíveis (6,2%), outros artigos de uso doméstico (-5,9%), veículos e peças (-3,6%) e eletrodomésticos (-3,4%).

Os dados de janeiro do IBGE, mostram que o varejo de SC vem perdendo força desde o ano passado em função da crise econômica da Covid-19. Além disso, no mês de janeiro frente a dezembro quase sempre há retração em função das vendas natalinas. A Inflação e dólar altos são outros obstáculos que afetaram a renda dos consumidores e isso repercutiu em menos poder de compra de um modo geral. Prova disso foi a alta de 0,5% em volume em janeiro frente ao mesmo mês de 2020, enquanto que em receita nominal cresceu 9,6%.

Para o economista da Fecomércio-SC, Leonardo Regis, o fim do auxílio emergencial e a alta da inflação pesaram na queda das vendas em janeiro no Estado.

– A inflação está corroendo a renda e os salários ainda não estão sendo reajustados. O índice de difusão de inflação diminuiu um pouco, mas ainda está num patamar alto. Os alimentos subiram muito, tanto por pressão do lado da oferta, com aumento de exportações, quanto do lado da procura, com mais compras devido ao isolamento social – explica o economista.

Ele observa também que o varejo ampliado teve melhor desempenho em Santa Catarina em janeiro devido a maiores vendas de veículos. Para ele, também preocupa nessa pesquisa do IBGE sobre varejo, as disparidades regionais no Brasil. Estados com menor oferta de emprego e renda estão com impacto mais negativo devido à falta do auxílio emergencial, situação que está mais difícil com o agravamento da pandemia.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti