Ninguém sairá imune da crise econômica do coronavírus, mas pesquisa feita pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), divulgada na última quinta-feira, dia 16, reforça o cenário de que a economia catarinense está sendo mais afetada no emprego. As vagas estão “derretendo” muito rápido.

O levantamento em 129 municípios, com 740 indústrias de todos os portes apurou o fechamento de 165 mil postos de trabalho, o que representa 21% do total de 786 mil vagas do setor no Estado. A pesquisa apontou também retração de R$ 3,4 bilhões na produção industrial, queda de R$ 3,1 bilhões nas vendas no Brasil e de R$ 327 milhões no exterior.

Os números são impactantes e maiores do que os da primeira pesquisa feita junto a pequenas e microempresas pelo Sebrae/SC no fim de março, também impactantes. Mostraram que em 12 dias de isolamento social foram perdidos 148 mil postos de trabalho e R$ 4,4 bilhões em receita.

Esses números retratam o peso da pandemia, mas resultam, principalmente, do atraso do governo federal em anunciar medidas concretas para salvar empregos antes de abril, quando as empresas já teriam que pagar os salários sem estar em atividade. No caso de Santa Catarina, o impacto na economia é maior porque o Estado iniciou o isolamento em 18 de março, uma semana antes que São Paulo e Rio.

A crise chegou antes, as empresas ficaram sem dinheiro para pagar salários e sem perspectivas. Por isso o financiamento público, acessível, deveria chegar às empresas que precisam. Isso ainda não está acontecendo.

Curtas

FMI e recessão

> Diante da crise sincronizada pelo mundo, o FMI, em projeção divulgada na última terça-feira, dia 14, previu queda de 3% do PIB mundial, de 5,3% do PIB do Brasil e de mais de 7% para as principais economias europeias. O desemprego no Brasil subirá de 11,6% para 14,7% este ano, estimou o fundo.

Impactos

E como a crise impactará a economia de Santa Catarina? Nos últimos anos, o Estado cresceu mais que a média brasileira. A expectativa é de que sofrerá menos do que o Brasil, mas não dá para dizer que escapará da recessão. Um dos pontos fortes é o agronegócio do Estado.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti