Com atividade econômica diversificada pelas regiões do Estado, SC tem 67% do PIB composto pelo comércio e serviços, enquanto a indústria representa 27%

Um Estado com economia diversificada e riqueza bem distribuída por diferentes regiões. Com intensa atividade econômica voltada para os setores de comércio e serviços, mas também forte participação da indústria e da agropecuária. Apesar do território pequeno, Santa Catarina é a sexta maior economia do Brasil. Levantamento feito pelo ND mostra o raio-x do PIB (Produto Interno Bruto) catarinense, as peculiaridades e pontos fortes que fazem do Estado referência em vários indicadores nacionais.

De 2002 a 2019 Santa Catarina aumentou não só o valor total de seu PIB anual, de R$ 54 bilhões para R$ 317 bilhões, como também ganhou maior participação nacional. Se no início da década de 2000 a economia catarinense contribuía 3,6% para a riqueza do país, em 2017 – último ano que há disponibilizados os dados detalhados do PIB por Estados e municípios – esse número subiu para 4,2%.

Dados da economia do PIB de SC e do Brasil e o PIB per Capita em SC

Dados do PIB de SC e do Brasil e o PIB per Capita em SC – Foto: INFOGRÁFICO: ROGÉRIO MOREIRA JR/ND. FONTES: IBGE, SECRETARIA DE DESENV. ECONÔMICO DE SC E NÚCLEO DE ESTUDOS DA ECONOMIA CATARINENSE DA UFSC

Economia de SC é destaque nacional

O histórico catarinense mostra que o Estado tende a crescer mais do que a média do país ou, nas crises, a sofrer menos os impactos econômicos. “Santa Catarina tem essa característica que é uma espécie de resiliência maior às crises. O aumento da participação no PIB catarinense em relação ao nacional nas últimas décadas significa muito e pode ser explicado pela nossa diversidade produtiva”, afirma Paulo Zoldan, economista e gerente de indicadores da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado.

De fato, Santa Catarina tem uma produção econômica muita espalhada pelas diferentes regiões do Estado. Este fator também contribui para o desenvolvimento e fortalecimento dessas regiões tanto economicamente quanto de forma social com a produção de empregos, infraestrutura e outros indicadores.

Paulo cita uma série de fatores que, em conjunto, tornam Santa Catarina um Estado especial, com economia forte e relevante a nível nacional. Santa Catarina é, por exemplo, o segundo Estado mais competitivo do país, indicador que leva em conta dados econômicos, sociais, de emprego, renda, educação e inovação. A população é bem distribuída pelo Estado, fator que contribui para que o índice de Gini de Santa Catarina, que mede a desigualdade de distribuição de renda, seja o menor do país. E além de sermos a sexta economia do Brasil, ainda temos o quarto maior PIB per capta nacional – ou seja nossa população é uma das mais produtivas e com melhor qualidade de vida.

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Detalhamento do PIB por setor em SC em 2017 – Foto: INFOGRÁFICO: ROGÉRIO MOREIRA JR/ND. FONTES: IBGE, SECRETARIA DE DESENV. ECONÔMICO DE SC E NÚCLEO DE ESTUDOS DA ECONOMIA CATARINENSE DA UFSC

Vale do Itajaí é a região que mais cresce no Estado

A diversidade econômica catarinense é distribuída pelo Estado com destaque para diferentes atividades em cada região. A Grande Florianópolis, por exemplo, destaca-se nos setores de tecnologia, turismo, serviços e construção civil. O Norte é polo tecnológico, moveleiro e metal-mecânico. O Oeste concentra atividades de produção alimentar e de móveis. O Planalto Serrano tem a indústria de papel, celulose e da madeira. O Sul destaca-se pelos segmentos do vestuário, plásticos descartáveis, carbonífero e cerâmico. No Vale do Itajaí, predomina a indústria têxtil e do vestuário, naval e de tecnologia.

Analisando as macrorregiões catarinenses o Vale do Itajaí destaca-se não só por representar quase um terço do PIB catarinense (29,9%), mas também por ser a região que mais ganhou participação nos últimos anos. “Nenhuma região cresceu tanto quanto o Vale do Itajaí. É a região onde se está catalisando todo processo de crescimento econômico, como a área portuária, têxtil e a construção civil em cidades como Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo e Navegantes”, afirma o economista Paulo Zoldan.

Vale do Itajaí é a região que mais contribui. Sozinha é um terço do PIB catarinense. Junto com o Norte, as duas regiões somam 50% do PIB estadual.

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PIB por mesorregião em SC em 2017 – Foto: INFOGRÁFICO: ROGÉRIO MOREIRA JR/ND. FONTES: IBGE, SECRETARIA DE DESENV. ECONÔMICO DE SC E NÚCLEO DE ESTUDOS DA ECONOMIA CATARINENSE DA UFSC

Maiores PIBs do país (2017)

  • São Paulo – R$ 2,11 trilhões
  • Rio de Janeiro – R$ 671,3 bilhões
  • Minas Gerais – R$ 576,1 bilhões
  • Rio Grande do Sul – R$ 423,1 bilhões
  • Paraná – R$ 421,3 bilhões
  • Santa Catarina – R$ 277,1 bilhões
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Participação dos municípios no PIB de SC e na economia em 2017 – Foto: INFOGRÁFICO: ROGÉRIO MOREIRA JR/ND. FONTES: IBGE, SECRETARIA DE DESENV. ECONÔMICO DE SC E NÚCLEO DE ESTUDOS DA ECONOMIA CATARINENSE DA UFSC

Serviços e comércio crescem participação na economia catarinense

A participação dos serviços e comércio no PIB catarinense cresceu consideravelmente nos últimos anos. Em 2002, o setor representava 58,6% e em 2017 passou a responder por 66,9% do PIB. Na área de serviços as maiores participações são transportes e serviços auxiliares (35,3%), serviços profissionais, administrativos e complementares (21,2%) e serviços de informação e comunicação (21,1%). Já no comércio as maiores participações são o atacado (48%) e o varejo (40,8%).

“Houve esse crescimento bastante acentuado do setor nos últimos anos de quase 10% em participação, que é uma tendência que se observa no Brasil como um todo, de aumento do setor terciário. A economia bem diversificada do Estado se expressa também no comércio e no serviço, com distribuição ampla nos grupos desses setores”, diz o economista da Fecomércio/SC, Leonardo Régis.

Já a indústria corresponde a 27% do PIB estadual, com especial destaque para a indústria da transformação, que abrange a maior parte das atividades do setor.

“Santa Catarina é um dos Estados com maior índice de industrialização comparativamente, só perdemos para Amazônia por conta da zona franca de Manaus. Isso em função da tradição do empreendedor catarinense de atuar na indústria da transformação com agregação de valores”, afirma José Eduardo Fiates, diretor de inovação e competitividade da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina).

Entre as maiores contribuições da indústria estão os setores de alimentação, têxtil/confecções, máquinas e equipamentos elétricos e componentes de automotores, além da construção civil (5%). “Como Santa Catarina tem economia relativamente bem distribuída, temos setores muito fortes em diversos pontos do Estado. Isso traz um benefício social grande, com distribuição mais homogênea”, afirma Fiates ao citar que, exatamente por essa distribuição, o maior gargalo hoje é a infraestrutura.

Com 6% de participação no PIB, a agropecuária também é um setor de destaque em Santa Catarina. Em momentos de crise, como este ano, a diversificação da agricultura catarinense ajuda a equilibrar as contas do Estado e a compensar as perdas em outros setores.

Os municípios que mais contribuem com o PIB, Joinville, Itajaí, Florianópolis, Blumenau e São José, estão na lista das 100 cidades com os maiores PIBs do Brasil.

Via Notícias do Dia