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Com o impulso de exportações e da atividade econômica acima do esperado no Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode alcançar crescimento em torno de 3,5% este ano, estima o consultor econômico da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Pablo Bittencourt. Mas essa fase positiva pode ser freada caso a CPI da Covid causar impacto mais profundo na popularidade do presidente Jair Bolsonaro, avalia ele, que traçou quatro cenários considerando impactos para a economia brasileira.

O primeiro cenário seria de um efeito político neutro, o que seria positivo para o governo, permitindo fortalecer a base política. O Congresso poderia aprovar a reforma administrativa e haveria chance de avançar até na reforma tributária. Para o economista, esse cenário é improvável. Se predominasse, melhoraria o ambiente para queda de inflação e juros.

No segundo cenário, com efeitos negativos restritos ao ex-ministro Eduardo Pazuello e outros depoentes, o Congresso estaria mais disposto a alinhar reformas. O impacto econômico seria abaixo, com desvalorização do real no curto prazo e aumento da volatilidade cambial. Esse cenário é um dos mais prováveis. Permitiria a aprovação da reforma administrativa, avalia Bittencourt.

O terceiro seria um cenário mais difícil, mas também provável. Nesse caso, a CPI da Covid causaria efeito negativo intermediário, alcançando a popularidade do presidente. Na política, cresceria a pressão por concessões aos partidos e a aprovação da reforma administrativa passaria a depender mais de articulação política. Na economia, crescerá a volatilidade cambial com pressão sobre juros, o que pode limitar a retomada econômica.

– Esse é um cenário perigoso, que fica mais possível se o país tiver uma terceira onda da pandemia. Para evitar a terceira onda, teria que ter uma vacinação mais acelerada – afirma o analista.

E o quarto cenário, de que a CPI encaminharia o impeachment do presidente, é de baixa probabilidade. Isso porque a base parlamentar que apoia o governo tem maioria no Congresso. Mas esse cenário causaria maior turbulência econômica com juros em alta, queda da bolsa, postergação de reforma e crescimento econômico restrito.

Considerando os cenários mais estáveis na política, Pablo Bittencourt estima que a economia catarinense alcançará resultado acima da média em função das altas exportações de commodites do agronegócio e de produtos industrializados, em especial ao mercado dos Estados Unidos. O crescimento da economia brasileira também deve ajudar SC.

– Há um tempo a gente vem notando que a expansão do consumo no Brasil tem uma potência maior do que se esperava durante a pandemia. A economia já mostrou atividade produtiva superior em fevereiro deste ano frente ao mesmo mês de 2020, quando não havia pandemia – observou o economista.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti