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Antes do recesso do final do ano, o governador Carlos Moisés da Silva reuniu na Casa D’Agronômica, nesta quinta-feira (19), jornalistas de Florianópolis e de outras regiões do Estado para uma confraternização, o que chamou também de “um momento de quebra-gelo”. Disse que não deu para convidar todos que gostaria, mas sinalizou que está disposto a conversar mais. Por quase 40 minutos, falou de ações do seu governo voltadas a investimentos e de números da economia. Deu ênfase a mudanças que estão resultando em mais serviços aos catarinenses e explicou declarações polêmicas — como aquela sobre o risco de não poder pagar a folha e a de que SC perde cerca de R$ 10 bilhões com sonegação.

— A gente termina o ano com melhoria nos números e excelentes expectativas — afirmou.

O governador disse que quando assumiu, em 1º de janeiro, o déficit do Estado era estimado em R$ 2,5 bilhões. Vai encerrar o ano com R$ 1,2 bilhão ou menos. Isso foi possível, com medidas de ajustes e também com o crescimento da arrecadação devido a mudanças na tributação como a substituição tributária; e o crescimento econômico.

— Com aumento de 12% na arrecadação de ICMS conseguimos pagar a folha. Se fosse até 8% de aumento, faltaria dinheiro — disse.

Além disso, afirmou que o governo reduziu o custo da folha ao contratar pouco mais de 500 comissionados enquanto governos anteriores tinham de 1.500 a 1.300. A folha comprometia de 51% a 52% a receita corrente líquida do Estado. Caiu para 46,4%.

Sobre digitalização, disse que o projeto governo sem papel permitiu a economia de R$ 30 milhões/ano e que o plano é eliminar ainda mais uso de papel. Falou que o governo gostaria de emitir somente carteiras de motorista CNH digitais, o que economizaria R$ 40 milhões (ano) ao Estado. A digitalização, com um aplicativo, também já ajuda a reduzir o custo de combustíveis.

— Tínhamos 2.688 contratos para compra de combustível no Estado. Hoje temos um só. O Estado, hoje, compra combustível mais barato que cada um dos senhores. Pegamos instantaneamente o melhor preço de bomba e quando chegamos lá eles são obrigados a nos dar 2,5% de desconto — explicou.

Hospitais filantrópicos

Uma das polêmicas do governo envolveu mudança na forma de investir recursos do Estado em hospitais filantrópicos. Está sendo adotada distribuição por resultado e as cifras cresceram. Em 2018, essas instituições receberam do Estado R$ 84 milhões, este ano serão R$ 180 milhões e em 2020, R$ 300 milhões.

Universidades comunitárias

O governador, que estudou e foi professor em uma universidade comunitária – a Unisul – disse que o Estado está investindo mais em bolsas para estudantes dessas instituições. Em média, era destinada cifra de R$ 60 milhões por ano. Para 2019, foram R$ 110,1 milhões a mais que no ano anterior. O plano é ampliar esse valor.

Obras em rodovias

Ao falar sobre os investimentos em rodovias de interesse regional, Moisés voltou a defender o programa que prevê parceria com prefeituras. Segundo ele, os custos serão menores. Os projetos para recuperação de estradas estão recebendo R$ 247 milhões.

Dinheiro para cultura

O setor de audiovisual vai contar com quase R$ 20 milhões para projetos.

— Acabei de anunciar o Prêmio Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura e edital de cinema. A gente está investindo mais de R$ 30 milhões. Assinamos R$ 4 milhões para editais de cinema e o governo federal se obriga a repassar mais de R$ 15 milhões projetando o audiovisual de Santa Catarina. Temos mais de de 300 projetos aprovados — afirmou.

Dados econômicos

O governador encerrou a apresentação mostrando dados da economia do Estado. Citou os 85,01 mil novos empregos até outubro frente a 41,7 mil no ano passado; a destacada posição do Estado em competitividade (74,4%) segundo o CLP; e a taxa de informalidade de 22,7% em SC diante de 41,5% do Brasil.

Foi ao falar dessa informalidade que Moisés reafirmou a estimativa de que o Estado perde cerca de R$ 10 bilhões com sonegação. Lembrou que, segundo a FGV, a sonegação está em R$ 1,7 trilhão no Brasil. Por essas projeções, pode ser de R$ 10 bilhões em SC.

Relacionou também o crescimento econômico do Estado em 3,9% até junho segundo estudo da SDE e a menor taxa de desemprego do país 5,8% em setembro frente a 12% do país (dado do IBGE).

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti