Movimento acontece após dois meses de retiradas, segundo o BC.
Já no acumulado de 2016, US$ 6 bilhões deixaram a economia brasileira.

O ingresso de dólares no Brasil superou a saída em US$ 4,36 bilhões no acumulado de abril até a última sexta-feira (22), informou nesta quarta-feira (27) o Banco Central. Com isso, os dólares voltaram a fluir para a ecomomia brasileira após dois meses de retiradas.

Entretanto, no acumulado deste ano, também até a última sexta, US$ 5,99 bilhões deixaram a economia brasileira. No mesmo período de 2015, houve ingresso de US$ 9,73 bilhões no país.

Impacto no dólar
A entrada de dólares em abril favoreceria, em tese, a desvalorização da moeda. Isso porque, com mais dólares no mercado, seu preço tenderia a cair. Neste mês, de fato, o dólar vem recuando.

No fim de março, estava cotado em R$ 3,59. Nesta quarta-feira (27), por volta das 12h40, estava sendo negociado e R$ 3,53. Veja a cotação

Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Neste momento, os investidores continuam atentos, por exemplo, aos próximos passos do processo deimpeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, que poderá afastá-la do cargo.

Também tem gerado repercussão a nomeação da próxima equipe econômica, no caso de afastamento de Dilma. Na véspera, o vice-presidente, Michel Temer, afirmou em entrevista ao jornal “O Globo” que, se assumisse no momento o lugar de Dilma, o ex-presidente do BC Henrique Meirelles seria seu ministro da Fazenda, agradando os mercados financeiros.

Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve (o BC norte-americano) anuncia sua decisão sobre a política monetária às 15h (horário de Brasília). A expectativa geral é de que os juros sejam mantidos e, no comunicado, venham sinais de quando o Banco Central dos EUA poderia voltar a subir os juros.

Atuação do Banco Central
Além do cenário político e da decisão do Federal Reserve, a atuação do BC brasileiro no mercado de câmbio também têm influenciado a cotação da moeda norte-americana. A instituição, que vinha ofertando nos últimos dias contratos de “swap reverso”, que funcionam como compra de dólares no mercado futuro, se absteve de atuar nesta quarta-feira.

Foi o terceiro pregão consecutivo que o BC ficou recolhido e não anunciou ações no mercado cambial. Desde a semana passada, a autoridade monetária vem tirando o pé do acelerador, depois de atuar intensamente no mercado sobretudo por meio dos leilões de swap cambial reverso.

 

Via G1 Economia