Ainda com receita em queda, o governo interino de Michel Temer promete divulgar nesta quinta-feira a meta fiscal para 2017. As projeções são de déficit de R$ 100 bilhões a R$ 150 bilhões no ano que vem após rombo de R$ 170 bilhões este ano e outros resultados negativos anteriores.

Esses números mostram o tamanho do buraco das contas da União e alertam que os brasileiros precisam encarar de frente uma das reformas mais importantes, que impactam a maioria: a da Previdência. Isto porque os gastos nessa conta não param de crescer e a crise atual já mostrou que em momentos de dificuldades o pagamento de aposentadorias e também de salários públicos não são garantidos. O presidente Temer, caso seja confirmado na votação do impeachment em agosto, promete enviar a reforma ao Congresso em outubro. Embora reconhecido como um governo fraco popularmente, ele precisa conduzir essa discussão, levá-la para a população e viabilizar a aprovação das mudanças no Congresso, sob pena de o país sucumbir numa crise futura, com dificuldades muito maiores para os aposentados. Os riscos estão crescendo porque a nova fórmula 85/95 elevou em 52% o valor médio pago aos aposentados que a adotam.

A lista sugestões para a reforma da Previdência inclui idade mínima de 65 anos para homens e 60 para mulheres; uma nova fórmula de cobrança de contribuição de pequenos agricultores, aproximar as regras dos servidores públicos com as do INSS e proibir o acúmulo de pensão por morte tanto no setor público quanto no privado. Considerando o que acontece no primeiro mundo, o Brasil poderia adotar a mesma idade de aposentadoria para homens e mulheres, até porque, em média, elas vivem mais.

Via DC – Coluna Estela Benetti