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A solidez da indústria de Santa Catarina registrada na geração de receita e emprego é confirmada por mais um indicador: a Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE, divulgada nesta quarta-feira. Ela mostra que no período de 2010 a 2019, o valor da transformação industrial (VTI) do Estado aumentou 86%, a maior alta do país. Passou de R$ 39 bilhões para R$ 72,5 bilhões. A variação alcançada por SC foi quase 20 pontos porcentuais maior do que a média nacional, que ficou em 67,3% nos mesmos 10 anos.

A análise comparativa do IBGE também apurou que as três principais atividades econômicas industriais seguiram as mesmas em SC, embora os percentuais tenham variado. A fabricação de produtos alimentícios respondeu por 20,7% no fim da série de 10 anos, confecções de vestuário e acessórios chegou a 9,7% do total e produção de aparelhos, máquinas e materiais elétricos (7,6%).

A ocupação de trabalhadores pela indústria do Estado foi outro ponto alto da pesquisa. No grupo de empresas com cinco trabalhadores ou mais, SC aparece com o terceiro maior número de pessoas, 671 mil, atrás apenas de São Paulo, com 2,34 milhões e Minas Gerais, com 804 mil. Considerando o valor de transformação industrial, SC ficou em sexto lugar no país, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.

Outro dado da PIA é a expansão da indústria alimentícia de SC. Ela avançou mais nos últimos 10 anos enquanto o setor têxtil encolheu. Considerando os produtos de maior receita, SC não se destaca entre os principais, mas produz 38 dos 100 produtos ou serviços de maior receita do setor.

A produção de alimentos foi a que gerou maior VTI em 2019, com R$ 15 bilhões e 20,9% do total. Em segundo lugar ficou o vestuário com R$ 7 bilhões e 9,7% do VTI, seguido por máquinas, aparelhos e materiais elétricos com 7,6% do total e R$ 5,5 bilhões. Tanto confecções quanto máquinas e materiais elétricos perderam valor frente a 2010.

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, que acaba de ser reeleito para um segundo mandato de três anos, reconhece a elevada performance do setor, mas assegura que é possível aumentar a densidade industrial do Estado.

– É sabido que a indústria funciona como um motor de popa para o desenvolvimento, pois contribui para o aumento da produtividade, que é o principal fator de crescimento. O setor requer aplicações maciças de capital, constante qualificação dos trabalhadores, investimentos em inovação e desenvolvimento tecnológico. Também se relaciona fortemente com fornecedores de suprimentos e serviços especializados, como engenharia, tecnologia e logística, contribuindo para o dinamismo da economia – afirma Aguiar em artigo na última edição da revista Indústria & Competitividade, da Fiesc.

A destacada posição de SC na geração de empregos, há anos com a menor taxa de desemprego do país, resulta, em boa parte, da forte atividade industrial na maioria das regiões do Estado. No último trimestre informado pelo IBGE, a taxa de desemprego do Estado ficou em 6,2% (março de 2021) enquanto a do país registrou 14,7% (abril de 2021).

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti