O auditor fiscal José Antônio Farenzena assumiu na noite desta terça-feira (30) a presidência do Sindifisco-SC (Sindicato dos Fiscais da Fazenda), em sucessão ao também auditor fiscal Fabiano Dadam. À frente de uma das categorias mais respeitadas e de maior credibilidade do Estado, o novo presidente deve dar continuidade ao trabalho realizado pelo antecessor e representar 903 auditores fiscais ativos e inativos no Estado. A seguir, uma conversa da coluna com ambos, horas antes da transmissão do cargo.

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José Farenzena e Fabiano Dadam – Clarissa Costa/Divulgação/ND

Qual o balanço que o senhor faz da gestão?

Fabiano Dadam Foi um período de muita construção positiva, de aprendizado pessoal. Eu tinha 34 anos e assumi a liderança de um grupo com quase 600 auditores fiscais. Nós tivemos oportunidade de dialogar muito com o governo, de participar ativamente, trazendo soluções técnicas para os problemas tributários enfrentados nesses últimos anos, participando na construção de soluções. Trabalhamos para melhorar a arrecadação, obtendo mais recursos públicos, que se refletiram no investimento em políticas públicas, que retornaram à sociedade. É disso que eu mais me orgulho.

Qual a perspectiva para os próximos anos?

Dadam No campo da economia, nós teremos anos cada vez mais difíceis. Por isso, precisamos ser cada vez mais transparentes com a gestão dos recursos públicos. Defendo que o que é arrecadado seja disponibilizado diariamente Portal da Transparência. Eu exerci a presidência do Sindifisco e minhas atividades como auditor fiscal. Eu tinha essas informações, mas não podia declarar, sob pena de um processo administrativo. Mas, isso é errado. Se o recurso é público, cerca de 85% da arrecadação vem do ICMS, de origem pública, pertence à sociedade, que tem o direito de saber quanto arrecadado, dia a dia. Colocar luz nisso deixaria tudo muito claro. Até porque, o problema não está na arrecadação, o problema está na despesa, onde são alocados esses recursos públicos.

José Farenzena A nossa meta é continuar o bom trabalho que a nossa equipe vem realizando, procurando contribuir em grandes projetos para ajudar o Estado a ir pra frente, trazer desenvolvimento, renda, e emprego para a população. Ajudar na promoção de políticas tributárias equilibradas, que ajudem as empresas a optarem por Santa Catarina. Nossa metodologia de trabalho é pautada pelo diálogo, para construir soluções conjuntas com os poderes, com o Executivo, com propostas para o Legislativo. Nunca nos furtamos a apresentar soluções. Profissionalmente, é ruim quando você só tem problema e não ajuda a propor soluções. Pretendemos construir uma agenda positiva com o governo que está começando. A princípio, está um pouco fechado, conhecendo a máquina, que é muito complexa. Nós temos que dar crédito e vamos nos colocar à disposição para ajudar. Vamos torcer para que nos ouçam, afinal é uma categoria com muita  experiência. Historicamente, os auditores fiscais trabalham para que a arrecadação do Estado seja cada vez melhor. A prosperidade do Estado é a prosperidade do cidadão catarinense.

Que propostas poderiam ser sugeridas de imediato?

Farenzena Nós nos colocamos à disposição para ajudar nas políticas tributárias setoriais e nos benefícios fiscais. Hoje, temos 18 grupos, cada um com auditores trabalhando em determinado segmento econômico: combustível, comercio exterior, em uma metodologia utilizada desde 2006, que vingou realmente em 2007. Nós podemos apresentar projetos, sempre na questão técnica. As decisões políticas competem ao chefe do Estado e de governo. Nosso papel é colaborar. A questão dos incentivos fiscais precisa ser feita de maneira séria e ponderada, para que não traga prejuízo para o cidadão, nesse contexto de guerra fiscal, que é global. Estamos ao lado da sociedade.

 

Via ND – Coluna Altair Magagnin