A idade média do agropecuarista catarinense vem subindo nas últimas décadas, mas há um novo movimento que indica uma transformação no setor. Mais jovens do meio rural buscam formação superior mas decidem continuar no  campo porque terão mais renda graças ao uso de tecnologia de ponta e conhecimento em gestão. Quem ajuda nesse salto da qualidade de gestão das propriedades é o programa SC Rural, uma parceria entre o governo do Estado e o Banco Mundial (Bird) que viabilizou investimentos de US$ 189 milhões ( R$ 607 milhões) nos últimos sete anos.

Essa primeira etapa do programa foi finalizada e o relatório de impactos foi apresentado ontem, na sede da Epagri, pelo governador Raimundo Colombo, o secretário de Estado da Agricultura Moacir Sopelsa e o coordenador setorial de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial (Bird), Paul Procee.

O programa apresentou retorno financeiro de R$ 850 milhões e beneficiou 134 mil famílias de agricultores e pescadores. Por meio do SC Rural foram feitas melhorias em logística, ampliada a formação por meio da extensão rural, feitos investimentos na defesa agropecuária, regularização fundiária e pagamento de serviços ambientais.  Como o Banco Mundial sinalizou que pode aprovar uma nova linha de financiamento, o governo de SC pretende continuar o programa com ênfase em inovação e desenvolvimento rural.

– O SC Rural contribuiu muito para o desenvolvimento de Santa Catarina, para fortalecer as pequenas propriedades e os agricultores familiares. Nós não vamos poupar esforços em busca da continuidade do programa – disse Sopelsa ao detalhar que de cada R$ 1 investido teve retorno de R$ 1,4.

Além desse programa, outras ações são realizadas para desenvolver o campo, tanto pelo setor público como pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Federação de Agricultura. Isso amplia a formação de produtores e a qualidade de produtos, fortalecendo a produção rural do Estado.

Uma nova agricultura
Durante o Simpósio Internacional Biodiversidade para Alimentos e Nutrição, que acontece em Brasília, o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, disse ontem que o Brasil precisa recriar um modelo de produção agrícola que atenda às novas exigências da população, com mais qualidade e mais preservação da biodiversidade e das culturas locais. Ele criticou a produção em larga escala, iniciada em 1970, para atender um maior número de consumidores com preços acessíveis e recomendou o modelo europeu, com valorização de produtos regionais.

Diferenciação
Santa Catarina está avançando de forma acelerada nessa diferenciação da agropecuária regional. O importante é avançar em tecnologia para reduzir o uso de agrotóxicos para todos, não só na pequena escala. A adoção de sistema com drones da startup Horus, de Florianópolis, por exemplo, permite reduzir em até 85% o uso de herbicídas em grandes lavouras.

 

Via SEFAZ/SC