Melhorou a expectativa dos analistas de mercado para a inflação do país neste ano, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC). Pela terceira semana consecutiva, a mediana das estimativas de cerca de cem instituições foi revista para baixo, desta vez de 7,25% para 7,23%. Há um mês, esperava­se que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechasse o ano em 7,34% de alta.

Essa redução na projeção ocorre na esteira de uma melhora prevista para a inflação de setembro, cuja mediana saiu de 0,26% para 0,24% de aumento. Há um mês estava em 0,36% de alta. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o resultado do IPCA de setembro na sexta­feira.

No Focus, a projeção para o avanço do IPCA em 12 meses teve pequena alteração, de 5,16% para 5,15% e, para 2017, foi mantida em 5,07%.

As apostas para a Selic também seguiram as mesmas. O mercado continua a avaliar que a taxa básica de juros cairá dos atuais 14,25% para 13,75% até o fim do ano. Parte dos analistas acredita que uma redução pode vir na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês.

Os analistas do grupo Top 5 ­ os que mais acertam as previsões ­ não alteraram seus números. A mediana de médio prazo para a alta do IPCA em 2016 segue em 7,30% e, em 2017, em 5,50%. Para a Selic, as projeções permanecem em 13,75% e 11,25%, respectivamente.

Setor externo

O Focus traz uma revisão nas estimativas para o dólar ao fim de 2016, de R$ 3,29 para R$ 3,25, e também de 2017, de R$ 3,45 para R$ 3,40. No setor externo, a estimativa para o saldo da balança comercial caiu de um superávit de US$ 50 bilhões para US$ 49,47 bilhões neste ano.

O déficit em conta corrente de 2016 foi revisado de US$ 15,90 bilhões para US$ 16,70 bilhões. O mesmo vale para 2017, em que a previsão para o saldo comercial saiu de US$ 46,83 bilhões para US$ 45,92 bilhões e do déficit em conta, de US$ 24,23 bilhões para US$ 25 bilhões. Ambos os déficits, contudo, continuam a ser cobertos pela entrada de investimento direto, previsto em US$ 65 bilhões para este ano e o próximo.

 

Via Valor Econômico