Pesquisa da Fenafisco revela que PEC 287/16 deverá avançar somente após a eleição de um novo presidente da República, com a sucessão do governo de Michel Temer

O avanço da reforma da Previdência e as chances de a proposta vir a ser aprovada parecem cada vez mais distantes. O cenário é confirmado a partir de uma pesquisa realizada pela Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) que ouviu 42 lideranças do Congresso Nacional, entre líderes de partidos da base aliada e oposição, além de presidentes de comissões do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.

De acordo com o levantamento, 36% dos parlamentares ouvidos afirmaram que a reforma da Previdência será adiada para o governo que sucederá o de Michel Temer. Ao avaliar os últimos acontecimentos no cenário político, 33% afirmaram que a proposta será rejeitada ou arquivada. Somente 19% dos entrevistados ainda acreditam que o texto poderá ser aprovado conforme o último relatório ou com novas alterações.

A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 26 de maio e ouviu parlamentares das duas Casas, sendo 76% da Câmara e 17% do Senado. As entrevistas foram colhidas na semana seguinte às delações da JBS, logo após ter sido revelado o áudio de uma conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista.

Para o presidente da Fenafisco, Charles Alcantara, a pesquisa confirma um cenário de incertezas e instabilidade. “Esses dados demonstram o receio dos próprios parlamentares em discutir temas importantes, que podem desestabilizar o País ainda mais nesse momento. A sociedade não quer discutir Previdência ou aposentadoria com tamanhos escândalos de corrupção relevelados. Queremos passar a limpo o que está acontecendo com o País, se aquele que preside o Brasil tem condições ou não de continuar. Queremos esclarecer atos graves antes de qualquer outro passo”, defende.

A Fenafisco – federação que representa mais de 35 mil auditores fiscais tributários de todo o País – tem posição contrária à reforma da Previdência. O presidente da entidade explica que a pesquisa vem como um termômetro. “Cerca de 70% dos parlamentares consultados são da base do atual governo, o que comprova a fragilidade política do presidente Temer, a despeito de todo o esforço para demonstrar que ainda tem alguma viabilidade”, avalia.

“Os números da pesquisa desnudam uma verdade: o governo não tem condição de tocar as reformas exigidas pelo mercado, especialmente a previdenciária. Eis a razão pela qual até mesmo a sua base de apoio no Congresso vislumbra a troca do governo. Cabe à sociedade manter-se vigilante e mobilizada para derrotar essas reformas, com Temer ou sem Temer, e para exigir que se respeite a soberania popular, fundamento maior da nossa democracia”, alerta Alcantara.

Greve Geral

Nos próximos dias 8 e 9 de junho, Fenafisco reunirá o Conselho Deliberativo da entidade, oportunidade em que serão discutidos os próximos passos da luta contra as reformas de governo, inclusive haverá deliberação para decidir sobre a participação do Fisco Estadual e Distrital na Greve Geral convocada pelas Centrais para o dia 30 de junho.

PESQUISA FENAFISCO

A pesquisa da Fenafisco foi realizada pelo Congresso em Foco, em parceria com o Instituto Brasileiro de Análise de Dados (IBPAD).Digite uma mensagem