As informações truncadas divulgadas pela Petrobras nesta terça-feira (19) sobre a possibilidade de não conseguir entregar a quantidade encomendada pelas distribuidoras de combustíveis no mês de novembro causa preocupação em Santa Catarina. O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, disse que o desabastecimento afetaria a todos, inclusive nos preços, principalmente pelo momento de inflação acelerada.

— O risco de desabastecimento precisa ser avaliado com atenção, pois afeta toda a economia e todos os cidadãos, já que pode impactar ainda mais os preços já crescentes dos combustíveis. O aspecto mais grave é que esses aumentos se disseminam pela economia, porque os combustíveis influenciam os custos da maior parte dos produtos e serviços. Além disso, como todos os brasileiros sentem no dia a dia, essa notícia chega num momento em que a inflação está acelerada, não só no Brasil, mas em todos os países. Uma sinalização de falta de combustíveis pode ajudar a realimentar esse processo inflacionário. Outro motivo de preocupação é a possibilidade, aventada por analistas, de que o potencial desabastecimento indicaria que as elevações de preços praticadas pela Petrobras, embora frequentes e relevantes, ainda sejam insuficientes para acompanhar as cotações do mercado internacional. Isso porque o aumento de encomendas à Petrobras seria resultado do redirecionamento à estatal de demanda atualmente suprida por importações. Por isso, a FIESC considera que tentativas artificiais de controlar os preços dos combustíveis podem ser ainda mais danosas à economia do que permitir a flutuação de preços em linha com o mercado — disse o presidente da Fiesc.

Informações truncadas

Na parte da tarde desta terça-feira a companhia informou que “os pedidos extras solicitados para novembro vieram 20% acima da sua capacidade de suprimento no caso do diesel e 10% acima em relação à gasolina, configurando-se como uma demanda atípica tanto em termos de volume como no prazo para fornecimento.”

O fato causou um clima de muita apreensão no setor produtivo.

Mais tarde, a Petrobras informou que a demanda adicional pelo produto poderá ser absorvida por empresas importadoras do setor.

“Atualmente, há dezenas de empresas cadastradas na ANP aptas para importação de combustíveis. Portanto, essa demanda adicional pode ser absorvida pelos demais agentes do mercado brasileiro”, disse a estatal em nota. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirmou que “não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis, nesse momento”.

Via NSCtotal – Coluna Renato Igor