A quebra na safra aliada aos encargos preocupam os produtores do Rio Grande do Sul

1415179221557Produtores de uvas e vinhos querem a redução de impostos da bebida após problemas climáticos que atingiram o Rio Grande do Sul, provocando a quebra de 50% na safra da frutas e encarecimento nas bebidas. Na visão dos produtores de uva, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) poderia manter o equilíbrio econômico da atividade.Atualmente o IPI está em 10% sobre o valor do produto. Até o fim do ano passado, a taxa cobrada variava entre R$ 0,60 e R$ 2 por garrafa, mas, em dezembro de 2015, o governo determinou a taxação fixa. A Câmara Setorial do Vinho vai encaminhar aos atuais dirigentes do Ministério da Fazenda e da Casa Civil a proposta de cobrança entre 5% e 6%.

“Isso ficou de ser revisto pela equipe econômica e não foi revisto. Agora nós estamos pleiteando que ele seja revisto e retome aos valores que nós já havíamos negociado com o governo”, falou o presidente da Câmara Setorial de Viticultura, Vinhos e Derivados, Humberto Cereser.

Safra ruim

Com os problemas climáticos enfrentados neste ano, a safra de uva no Rio Grande do Sul teve uma quebra de 50%. Mas, parte do prejuízo dos produtores foi compensada pela alta no preço do produto, que teve um acréscimo de 25% e chegou a ser vendido a valores entre R$ 0,90 e R$ 1,10 por quilo.

“Com a falta da uva, toda a política de preço mínimo não teve grande impacto neste ano porque a indústria pagou mais do que o preço mínimo. Então, este prejuízo do produtor, de certa forma, foi um pouco equilibrado pelo preço da uva”, analisou o diretor executivo da Federação das Cooperativas de Vinho do Rio Grande do Sul, Hélio Marchioro.

Os estoques de vinho e suco de uva do Brasil vão fechar o ano em baixa, mas ainda suficientes para evitar escassez dos produtos. Com isso, ficam reduzidas as possibilidades do governo liberar a importação de vinho e suco de uva a granel. A indústria critica, já que poderia baratear as bebidas, caso fosse autorizada a comprar de outros países.

“Algumas empresas estão querendo importar sim. A busca é para que a gente também pudesse ter um pouco de vinho com preços menores no mercado. Com o preço subindo muito, o nosso consumidor acaba abandonando o produto, já que nós estamos vivendo uma crise. Mas, se não conseguirmos essa importação, vamos ter que seguir com o que nós temos”, disse Cereser.

Já Marchioro comemora e afirma que a importação deixaria o setor produtivo em desequilíbrio. “Nós não podemos correr o risco de desestimular uma produção que gera milhares e milhares de postos de trabalho em um setor que tem como característica muito importante a distribuição da renda, pois parte dos produtores de uva são pequenos produtores”, finalizou.

Fonte: Canalrural

Via Notícias Fiscais