Entre as notícias destacadas pela Federação das Indústrias (Fiesc), em entrevista nesta terça-feira, está o fato de Santa Catarina ter sido o segundo Estado do Brasil a superar o nível de atividade econômica pré-recessão, de 2014, com base nos dados do IBCR, o índice apurado pelo Banco Central que é considerado uma prévia do PIB. Segundo o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, no mês de setembro, três Estados conseguiram superar o nível de atividade de antes da recessão: Pará, Santa Catarina e Goiás. Em outubro, mais dois atingiram esse patamar, o Paraná e o Ceará.

Em outubro, o Pará havia crescido 2,4% acima do nível de 2014. Santa Catarina e Goiás, 2,1%, o Paraná 0,4% e o Ceará, 0,1% segundo o Banco Central.

– A economia brasileira teve um regresso na atividade econômica, mas, felizmente, essa curva está se revertendo – afirmou .

O industrial acredita que a maioria dos Estados vai sair da crise no ano que vem. Assim, o mercado interno ficará mais pujante e comprará mais para compensar o menor ritmo das exportações.

Na avaliação de Aguiar, o fato de Santa Catarina estar com taxa de desemprego de 5,8% significa uma situação muito próxima do pleno emprego. Ele acredita que muitas pessoas que perderam o emprego se tornaram empreendedores neste ano porque o Estado registrou cerca de 140 mil novos CNPJs em 2019.

Sobre as razões que fazem SC ter a menor taxa de desemprego do país há vários anos, Aguiar citou o fato de o Estado ter a indústria mais diversificada do Brasil, grande número de empresas familiares que reinvestem os lucros no Estado, economia diversificada e de o índice de confiança estar alto há vários anos. Além disso, Santa Catarina não tem grandes multinacionais que remetem lucros ao exterior, nem uma grande empresa petroquímica que desequilibra a economia. O fato de ser um polo logístico com cinco portos também é um diferencial.

Banco de projetos

Conforme o presidente da Fiesc, Santa Catarina precisa ter um banco de projetos de infraestrutura para facilitar a atração de investidores privados. Além disso, é fundamental ter um plano técnico de logística integrada para poder alocar os recursos de forma correta. O setor privado já se comprometeu a custear parte desse estudo que seria feito pelo renomado instituto alemão Fraunhofer, que já realizou trabalhos desse porte na Alemanha e na Europa. Falta a colaboração do setor público.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti