Com menos votos do que o esperado – apenas 4 acima do limite – o governo conseguiu aprovar ontem a PEC que limita os gastos públicos ao crescimento da inflação. É um importante avanço para conter o constante crescimento dos gastos públicos bem acima da inflação no país, mas não é suficiente.

A economia brasileira precisa muito da reforma da Previdência para evitar as despesas explosivas com o benefício enquanto as receitas tributárias só caem com a crise. É a reforma mais importante para o Brasil ter condições de pagar os benefícios. Não são sustentáveis aposentadorias a partir dos 52 anos num país pobre enquanto nos ricos a idade mínima para se aposentar é 65 anos.

Por críticas pouco embasadas, alguns parlamentares mudaram de voto ontem. A PEC não tira dinheiro da saúde e educação. Apesar da crise política, se espera que os parlamentares pensem no país para o longo prazo e votem por uma reforma da previdência consistente ano que vem. Do contrário, continuaremos o ciclo vicioso: gasto público desequilibrado gera inflação, que exige juro alto, que causa recessão, desemprego e menos impostos. As contas ajustadas provocam o contrário, um ciclo de crescimento.

Se a reforma da Previdência não for feita adequadamente em função do enfraquecimento do governo, logo o Brasil terá que fazer outra.

Pacote na crise

O plano do governo de lançar um minipacote econômico em meio à crise política está gerando muitas críticas. Mas, na economia real, líderes de empresas de todos os portes estão cansados e preocupados com a estagnação e, se forem medidas favoráveis, vão aderir a elas.

 

Via Dc – Coluna Estela Benetti