Empresários e consumidores aguardam com ansiedade as decisões do governo do Estado e da Assembleia Legislativa que suspendam uma alta quase generalizada de preços em função do corte de incentivos fiscais para alimentos. Se nada acontecer até sexta-feira, na segunda boa parte dos preços de alimentos pode ter alta. Nesta terça-feira (27), quatro entidades empresariais da Grande Florianópolis conversaram com o governador Carlos Moisés da Silva e com o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, conseguiram colocar seus pontos de vista e saíram animadas. Mas não tiveram uma resposta concreta sobre que aumentos serão suspensos e quais permanecerão.

Participaram líderes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SC), Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL) e o Fórum de Turismo de Florianópolis (Fortur). Essas entidades foram convidadas após divulgarem notas de repúdio sobre declaração do secretário da Fazenda, de que a maioria do setor de bares é sonegador.

Mas elas representaram todos os consumidores catarinenses que estão preocupados com uma inflação artificial no meio de uma crise nacional (a previsão do mercado para a inflação oficial do Brasil este ano, o IPCA, é 3,65%). Após a reunião, elas divulgaram uma nota oficial destacando que o Estado segue sem uma definição sobre como ficarão muitos preços que compõem a cesta básica.

— Mesmo com a louvável iniciativa do Executivo estadual em propor um grupo de trabalho para análise de uma nova política fiscal, as lideranças continuam preocupadas. Isto porque ficou pendente no encontro a definição do governo sobre iminentes aumentos – alertaram.

O presidente da Abrasel-SC, Raphael Dabdab, está preocupado com o impasse que pode gerar altas de preços a partir de segunda.

— Tiraram alimentos da cesta básica que acabaram perdendo o benefício de alíquota de ICMS menor. O governo diz que não é aumento, mas redução de benefício. Mas quando a gente leva para a matemática ela é clara. Se tira benefício aumenta os preços – explica Dabdab.

Entre as alternativas estão a apresentação do projeto de rescaldo com a manutenção de vários incentivos, a aprovação do projeto 236 ou a sustação de ato, que consiste numa decisão da Assembleia de suspender todos aumentos de ICMS aprovados este ano. São muitas expectativas.

Rescaldo

Enquanto o setor produtivo e o mercado estão ansiosos por uma decisão sobre incentivos, a Secretaria de Estado da Fazenda está mais calma porque o Confaz prorrogou para até o final do ano a necessidade de entregar a lista de incentivos do Estado. Os técnicos da Fazenda e o secretário Paulo Eli estão ouvindo setores para decidir quem seguirá com incentivos, informa a assessoria da pasta.

Pode ser que esse trabalho avance para o mês de setembro. Só que isso acabará afetando os consumidores com os aumentos já aprovados caso não sejam suspensos. Uma das preocupações é com as carnes, item essencial na mesa dos catarinenses que ficará mais cara. Porque o frango produzido no Estado é exportado e 80% do produto consumido em SC vem dos vizinhos, observa o presidente da Abrasel, Raphael Dabdab.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti