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Investimentos do Estado incluíram também os aeroportos voltados à aviação regional

O cenário de ascensão da aviação em SC nos últimos meses tem relação direta com o aumento no número de voos, especialmente ligações internacionais com países do Mercosul, e de passageiros — no ano passado, o Estado teve 18% de alta no número de passageiros e 143% entre os viajantes de voos com origem ou destino fora do país. No entanto, o cenário promissor e de potencial para maior participação de SC no mercado do transporte aéreo passa também por investimentos feitos em aeroportos do Estado ou sob gestão de municípios catarinenses.

Dos seis aeroportos com aviação comercial em SC, quatro estão concedidos à iniciativa privada e dois pertencem ao governo do Estado. O aeroporto de Jaguaruna, no Sul de SC, é inclusive alvo de uma parceria público-privada que busca conceder a administração do espaço a uma empresa. O leilão para conhecer as propostas está previsto para 7 de fevereiro, na bolsa de valores B3, em São Paulo. No ano passado, o terminal teve 133 mil passageiros, 8% a mais do que em 2022.

A projeção do Estado é de um investimento de R$ 60 milhões para ampliar a pista, de 30 para 45 metros de largura, e melhorar o tamanho do terminal. Esse valor deve ser dividido entre Estado e a concessionária que venha a assumir o espaço após o leilão. O sexto aeroporto com maior movimentação de passageiros no Estado, em Correia Pinto, na Serra catarinense, que passou a contar com um novo voo regular diário da Azul ainda em 2022, também passa por fase de estudos para aumentar a viabilidade de novos voos.

Mas os investimentos do Estado incluíram também os aeroportos voltados à aviação regional. O secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de SC, Beto Martins, afirma que a pasta criada no ano passado para gerir essas estruturas estaduais fez obras em 12 dos 18 aeroportos geridos pelo Estado ou por municípios. Segundo ele, o governo priorizou as obras mais urgentes.

Em três casos, nos aeroportos de São Joaquim, Dionísio Cerqueira e Forquilhinha, a necessidade de reparos havia resultado no fechamento das estruturas. O Estado concluiu os reparos e agora trabalha na reinscrição dos terminais junto à Anac.

O aeroporto de São Joaquim, considerado importante para o turismo por permitir a chegada de visitantes que viagem em aviões particulares até a Serra catarinense, tradicional destino de inverno, passou por obras de cerca de R$ 400 mil. Como o terminal teve a inscrição cancelada junto à Anac, o Estado trabalha em uma nova inscrição do aeroporto para a reabertura.

— Um bom aeroporto, uma pista boa, e estava parado, porque não havia planejamento e protagonismo para esse tema. Não estava dentro dos principais assuntos da agenda pública do Estado — afirma o secretário Beto Martins.

Em Forquilhinha, os trabalhos de melhorias iniciados em dezembro de 2021 haviam parado depois que a construtora responsável abandonou a obra. O terminal de Forquilhinha já voltou a operar e as estruturas de São Joaquim e Dionísio Cerqueira têm previsão de reabertura até março de 2024.,

Segundo o Estado, a soma dos investimentos em obras, considerando a possível concessão do aeroporto de Jaguaruna, a ser definida em fevereiro, é de aproximadamente R$ 106 milhões.

Os investimentos são considerados importantes para explorar outro filão importante: a aviação regional. Embora apenas seis dos 21 aeroportos de SC recebam voos comerciais atualmente, o entendimento é de que terminais intermediários do Estado possam receber rotas com aeronaves menores de companhias que exploram estes mercados, e até mesmo viagens de aeronaves particulares, que podem levar às regiões turistas de alto poder aquisitivo.

Outro caso de obra priorizada pelo Estado no último ano é o da revitalização da pista do aeroporto Quero-Quero, em Blumenau. No ano passado, o local voltou a receber voos comerciais após 23 anos. As rotas foram feitas pela Azul em aeronaves para nove pessoas durante a Oktoberfest.

Em dezembro, a estrutura recebeu a primeira parte das obras de recuperação da pista – uma segunda etapa deve ocorrer entre março e abril. O local também passa por por obras de balizamento noturno, reivindicação antiga que consiste em iluminação para permitir pousos e decolagens à noite. Atualmente, 26% da obra está executada, segundo a prefeitura.

Se em 2023 o planejamento priorizou as obras mais emergenciais dos aeroportos, em 2024, a expectativa é de que os investimentos sejam direcionados por um plano aeroviário. O levantamento está em fase de elaboração por um laboratório ligado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e tem previsão de conclusão até maio deste ano.

Aeroportos de SC

Concedidos à iniciativa privada

  • Aeroporto de Chapecó – Serafin Enoss Bertaso*
  • Aeroporto Internacional de Florianópolis – Hercílio Luz*
  • Aeroporto de Joinville – Lauro Carneiro de Loyola*
  • Aeroporto Internacional de Navegantes – Ministro Victor Konder*

Do Estado

  • Aeroporto Regional da Serra Catarinense – Correia Pinto*
  • Aeroporto Regional Sul/Jaguaruna- Humberto Guizzo Bortoluzzi*
  • Aeroporto de Forquilhinha/Criciúma – Diomício Freitas

Do Estado, subdelegados aos municípios

  • Aeroporto Regional de Blumenau – Quero-Quero
  • Aeroporto Municipal de Concórdia – Olavo Cecco Rigon
  • Aeroporto de Curitibanos – Lauro Antônio da Costa
  • Aeroporto de Dionísio Cerqueira
  • Aeroporto de Joaçaba – Santa Terezinha
  • Aeroporto Regional Federal de Lages – Antonio Correia Pinto de Macedo
  • Aeroporto de Lontras – Helmuth Baungartem
  • Aeroporto de Mafra – Hugo Werner
  • Aerodromo de São Francisco do Sul
  • Aeroporto de São Joaquim – Ismael Nunes
  • Aeroporto de São Miguel do Oeste – Hélio Wasum
  • Aeroporto de Três Barras
  • Aeroporto Municipal de Videira – Ângelo Ponzoni
  • Aeroporto de Xanxerê – João Winckler

Municipal

  • Aeroporto de Caçador – Doutor Carlos Alberto da Costa Neves

* Com voos comerciais

Via Nsc Total