Desde o início de 2013, com a decisão política da então presidente Dilma Rousseff de reduzir o preço da energia em cerca de 20% num período que já estava faltando chuvas, o setor elétrico passou a acumular dívidas que ainda são pagas pelos consumidores. Agora, com a falta de chuvas deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou mais aumento. Para bandeira vermelha, o valor subiu de R$ 3,5 para R$ 5 a cada 100 KWh consumidos. Isso significa alta de 42,8% no custo da bandeira a partir de novembro, alerta a Federação das Associações Empresariais do Estado (Facisc).

O vice-presidente de Infraestrutura da Facisc, André Gaidzinski, critica a medida. Segundo ele, vem na contramão do que a economia precisa para voltar a crescer neste momento.  Ele lembra que nos últimos três anos, o custo da energia elétrica aumentou 67,1% enquanto o IPCA, índice oficial de inflação do país, acumulou 27,4% no mesmo período. A alta da luz foi 2,45 vezes superior ao custo de vida. Agora, vem mais um aumento que onera o setor produtivo no final do ano. Além da energia ter um peso expressivo no custo de produção da maioria dos setores, não é fácil repassar custos num período em que a inflação está abaixo de 3% no acumulado de 12 meses. Poucos clientes toleram custos acima da média. O jeito é pressionar para que a medida não seja adotada ou que o governo opte por um impacto menor.

 

Via DC – Coluna Estela Benetti