A mediana das projeções para a inflação oficial em 2018 entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, subiu de 4,04% para 4,10%, segundo a pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC), divulgada nesta segundafeira.

O ajuste ocorre após duas semanas seguidas de corte do indicador para este ano nesse seleto grupo e faz a estimativa retornar ao nível em que estava exatamente um mês atrás.

Em relação a 2019, as expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seguiram em 4,07% entre os campeões de acertos.

Entre os economistas do mercado em geral, a mediana das estimativas para o IPCA em 2018 ficou em 4,11% pela terceira semana seguida, vindo de uma sequência de dois cortes e oito elevações consecutivas.

Para 2019, a previsão é de que a alta de preços seja de 4,10%, mesmo patamar em que está há oito semanas agora. Para os 12 meses seguintes, a pesquisa apontou um novo corte, o oitavo seguido, agora de 3,67% para 3,66%.

Em junho, o IPCA registrou aumento de 1,26%, após avançar 0,40% um mês antes, pressionado pela paralisação dos caminhoneiros e pelo aumento da conta de luz. Foi a maior alta de preços para um mês de junho desde 1995 (2,26%). O forte avanço fez o índice acumulado em 12 meses saltar de 2,86% para 4,39%.

As medianas das estimativas para a taxa básica de juros não sofreram alterações: permaneceram em 6,50% para o fim deste ano tanto entre os economistas em geral quanto entre os Top 5 de médio prazo. Para o encerramento de 2019, o ponto-médio do mercado segue apontando para uma Selic a 8,00%, enquanto para os campeões de acertos se manteve nos mesmos 7,63% apontados nas duas últimas semanas.

Atividade

A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2018 parece ter interrompido sua trajetória de recuos e ficou novamente em 1,50%, agora pela quarta semana seguida.

Em seu auge no ano, no fim de fevereiro, a expectativa era de um avanço de 2,92% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Entre a pesquisa divulgada em 7 de maio e a de 25 de junho, a projeção acumulou oito cortes seguidos. Depois disso, ficou parada por uma semana em 1,55%, mas voltou a mostrar queda na pesquisa de quatro semanas atrás e na seguinte, até chegar no patamar atual.

Para 2019, a previsão continua sendo de expansão de 2,50%, percentual em que está há seis pesquisas agora. Entre fevereiro e o começo de junho, a mediana das projeções para a economia brasileira em 2019 ficou praticamente parada em 3% de acordo com o levantamento sistemático do BC. Durante o mês de junho, a estimativa sofreu quatro cortes seguidos, até se situar em um crescimento esperado de 2,50%.

Câmbio

Os economistas do mercado decidiram manter novamente suas apostas para o dólar no fim de 2018 e 2019 em R$ 3,70.

Com isso, a expectativa para o fim deste ano está estacionada na mesma cotação há cinco semanas e, para o ano que vem, há duas pesquisas consecutivas.

Entre os economistas que mais acertam as previsões, o grupo chamado de Top 5, de médio prazo, as apostas também foram mantidas, em R$ 3,55 em 2018 e em R$ 3,65 em 2019, pelas quarta e segunda semanas seguidas, respectivamente.

 

Via Valor Econômico