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Governo de SC aposta na aproximação com os parlamentares para aprovar o texto com o mínimo de alterações e garantir a economia projetada para os próximos anos

O Governo do Estado entregou o texto da proposta da da reforma da Previdência de Santa Catarina na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) na tarde desta segunda-feira (28). A partir da entrega do PLC (projeto de lei complementar) e da PEC (proposta de emenda à Constituição) as matérias deverão passar por três comissões. Primeiro serão debatidas na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa.

Após aprovadas, seguem para Comissão de Finanças e Tributação e, depois, para a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. Mas há a possibilidade de fazer a aprovação em todas as comissões de forma mais célere.

Após as discussões nas comissões, a PEC e o PLC vão a votação em plenário. Serão necessários 21 votos, maioria absoluta dos 40 deputados, para aprovação do Projeto de Lei Complementar.

No caso da Proposta de Emenda Constitucional é preciso 24 votos para a aprovação. Caso as propostas do governo sejam aprovadas, na íntegra, até agosto pelos deputados, as mudanças da previdência estadual entrariam em vigor em 90 dias, ou seja, no mês de novembro, e segundo o Executivo já haveria efeitos no orçamento nos dois últimos meses do ano e impacto no 13º salário dos servidores.

Seria uma redução de aproximadamente R$ 250 milhões no desembolso, por parte do governo para o sistema previdenciário. O governo tem demonstrado pressa em aprovar a reforma por avaliar que, como o próximo ano tem eleição, acabe atrapalhando a tramitação na Alesc.

“É um ano difícil de propor por ser um ano pré-eleitoral. Para esse momento temos que deliberar rapidamente e aprovarmos essas mudanças na Assembleia Legislativa”, afirmou o governador.

A pressa de Carlos Moisés tem o apoio do presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), que já se manifestou favoravelmente a uma agilização do trâmite da reforma da Previdência no Legislativo. Ele irá propor aos parlamentares que a PEC e o PLC tramitem de forma conjunta nas comissões que analisarão o projeto.

“Eu vou propor às comissões afeitas que tenhamos uma tramitação conjunta para que não se estabeleçam duas ou três vezes a discussão sobre o mesmo tema. Em uma audiência pública, por exemplo, é possível fazer os encaminhamentos afeitos às três comissões em que deverá tramitar essa matéria. Isso tudo vai dar agilidade à tramitação”, disse ele.

Articulação mais próxima

Diferente do que ocorreu no ano passado, quando o governo encaminhou a proposta de reforma ao Legislativo, mas recebeu emendas parlamentares que desconfiguraram os objetivos do Executivo (que resultou na retirada da proposta da Casa), a articulação política,
desta vez, tem sido mais direta com os parlamentares.

Antes de enviar a proposta para apreciação dos parlamentares, o governador Carlos Moisés delegou ao secretário da Casa Civil, Eron Giordani, o papel de principal articulador com os deputados. O mesmo já apresentou os projetos às bancadas dos partidos.

“O objetivo é abrir os nossos números, mostrar o que a gente está fazendo e a proposta do governo para que ela não se desconfigure na Assembleia como aconteceu da última vez. Por alterações de parlamentares a gente acabou retirando a proposta”, destacou o governador.

Para Eron Giordani, a relação do governo com o Legislativo está mais harmoniosa em comparação com o ano passado. “Hoje existe um sentimento coletivo de que todos precisam dar as mãos e proteger o Estado. Tirar do papel as obras e ações tão importantes”, comentou.

O secretário da Casa Civil lembrou que a agenda nos primeiros anos do governo Moisés foi marcada pela pandemia e os processos de impeachment contra o governador, o que não permitiram uma melhor interlocução entre os Poderes.

“Então agora é correr atrás do tempo perdido e, num esforço concentrado entre Legislativo e Executivo, produzir os resultados que não foram possíveis nos dois primeiros anos”, analisou.

O que está em tramitação

PLC

Altera a Lei Complementar  412/2008, que trata do RPPS-SC (Regime Próprio de Previdência dos Servidores do Estado de Santa Catarina). Essa legislação define as regras para a concessão das aposentadorias, pensões, auxílios, entre outros benefícios pagos pelo Iprev (Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina).

PEC

Altera o parágrafo único do Art. 30 da Constituição Estadual. Essa legislação define as idades mínimas de aposentadoria voluntária dos servidores públicos.

Em 2015, Santa Catarina aprovou uma reforma previdenciária. A proposta enviada à Assembleia pelo então governador Raimundo Colombo (PSD) uniu os dois fundos que eram utilizados para pagamento de benefícios e aumentou a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores. De 11% subiu gradualmente até chegar a 14% em 2018, inclusive para os aposentados. No mesmo período, o aporte do governo subiu de 22% para 28%.

Via ND+